quarta-feira, 28 de julho de 2010

Damas

Algumas damas
rodam nas esquinas
suas bolsas
coloridas...
Uma outra
a família.

Tão iguais!

Cadê arte?

Quis desenhar-te...
Cadê arte?

Seguias. Impávida.
- Pobre desta alma pálida! -
A veste larga lambendo as ondas salgadas,
como solitária gaivota desvairada,
inebriada de sol.

Quis chamar-te...
Cadê arte?

Desfizestes. Desértica.
- Pobre desta alma esquelética! –
A espuma, doce sal, cristalizada,
a efemeridade onírica eternizada,
e só...

Quis matar-te...
Cadê arte?

domingo, 11 de julho de 2010

Espanha

Ferreiras,

em homenagem a Espanha seguem algumas músicas (não necessariamente nessa ordem) de Paco de Lucia. Se não me engano alguém lá em casa tinha um disco (LP mesmo) dele.

1) Com Al di Meola

2) Outra

3) Mais uma

4) ùltima



Beijos,
Dado

sábado, 10 de julho de 2010

Malagueta

O Ronaldo me presenteou com um cavalo,dei o nome a ele de Malagueta,em homenagem a uma criatura espetacular que conheci no passado.Acho que o nome lhe cai bem;pois é alegre bem disposto e muitas vezes bem ardido.Depois eu envio uma foto para vocês.

P.S . Ainda não me derrubou.
Beijos

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Quintana, Adélia & Affonso

(Foto: Por de sol no Pantanal Norte - Rose)

DAS UTOPIAS
Mario Quintana

Se as coisas são inatingíveis... ora!
Não é motivo para não querê-las...
Que tristes os caminhos se não fora
A mágica presença das estrelas!


POEMINHO DO CONTRA
Mario Quintana

Todos estes que aí estão
Atravancando o meu caminho,
Eles passarão.
Eu passarinho!


SINÔNIMOS
Mario Quintana

Esses que pensam que existem sinônimos, desconfio que não sabem distinguir as diferentes nuanças de uma cor.


TREM DE FERRO
Adelia Prado

Um trem-de-ferro é uma coisa mecânica,
mas atravessa a noite, a madrugada, o dia,
atravessou minha vida,
virou só sentimento.


FACA & QUEIJO
Adélia Prado

Não quero faca, nem queijo. Quero a fome.


CHEGANDO EM CASA
Affonso Romano Sant'anna

Chegando em casa
com a alma amarfanhada
e escura
das refregas burocráticas
leio sobre a mesa
um bilhete que dizia:

- hoje 22 de agosto de 1994
meu marido perdeu, deste terraço:
mais um pôr de sol no Dois Irmãos
o canto de um bem-te-vi
e uma orquídea que entardecia
sobre o mar.

Minas Gerais




Terrinha santa!!!!
Eita trem bão, sô!

Vuvuzelas


(Do blog de Affonso Romano)

DE MAIESE CRAMACHO recebi essa engraçadissima e apropriada mensagem:



Não é de hoje que essa 'coisa' (vuvuzela) enche o saco... rs...

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Um pouco de KAFKA & BRECHT

KAFKA

Um primeiro sinal do conhecimento nascente é o desejo de morrer. Esta vida parece insuportável; uma outra, inalcançável. Não há mais vergonha em se desejar morrer; pede-se apenas o deslocamento da velha cela, que se odeia, para uma nova, a qual no devido tempo se aprenderá a odiar. Um resquício de fé deverá fazer crer, durante a mudança, que o Senhor vai casualmente surgir no corredor, olhar o prisioneiro e dizer: “Este não deve ser preso novamente. Ele vem comigo”.


No passado eu não compreendia porque não encontrava respostas às minhas perguntas; hoje não compreendo como podia acreditar que pudesse perguntar. Entretanto, eu não acreditava, perguntava somente.

Quando eu começava a fazer alguma coisa que não te agradava e tu me ameaçavas com o fracasso, então o respeito pela tua opinião era tão grande que com ele o fracasso era inevitável.


BRECHT

Há homens que lutam um dia, e são bons;
Há outros que lutam um ano, e são melhores;
Há aqueles que lutam muitos anos, e são muito bons;
Porém há os que lutam toda a vida (nosso pai)
Estes são os imprescindíveis.


Do rio que tudo arrasta se
diz que é violento.
Mas ninguém diz violentas as
margens que o comprimem.


O Vosso tanque General, é um carro forte
Derruba uma floresta esmaga cem homens,
mas tem um defeito:
- Precisa de um motorista.

O vosso bombardeiro, general,
é poderoso:
Voa mais depressa que a tempestade
e transporta mais carga que um elefante,
mas tem um defeito:
- Precisa de um piloto.

O homem, meu general, é muito útil:
Sabe voar e sabe matar,
mas tem um defeito:
- Sabe pensar.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Águas passadas

Meu peito
borbulha
farpas
agulha

Mina dágua
nascente
riacho
crescente

meu leito
solidão
não tenho mais
você no colchão

Água parada
lagoa
sua falta
magoa

Fumaça
neblina
o sofrimento
ensina