quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Amigos




Tenho eu cá meus defeitos,
mas peço respeito,
tem você lá os seus.
Então ficamos assim:
Fica lá você com os seus
fico cá eu com os meus
e seremos amigos.


***

Quadrinha



Papai gostava de a recitar:

“Não sei se é fato
 Nâo sei se é fita
mas o fato é que ela me fita
e me fita mesmo de fato.”

Não sei quem é o autor, mas que é uma delicia é.



***

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Silente Verse

(Marcos Bastos)


all this people on here, bursting the universe...
and you were quiet and silent as a flower,
a quiet blue flower, silent as a verse...


***

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Fisica

Segundo estabelece a física,
- deixa eu lhes ensinar -
Dois corpos nao ocupam nunca,
ao mesmo tempo, o mesmo lugar

Sabemos disto eu e minha paixão,
mas fazemos de um tudo
para sermos da regra a excessão.



***

domingo, 25 de setembro de 2011

Minimalistas


DOS DESEJOS

Lindeza de flor!
Há que a comer
sem juízo, sem pudor.

DAS DIETAS

A melhor dieta que existe
é não ter o que comer.
A barriga padece,
mas bunda não cresce.


DAS OPÇÕES

Melhor não ter
do que perder.

 
DA IDIOTICE DE DEUS
 
Criou e abandonou.
 – Se vire, filho meu! –
Se existisse não faria isso.
Qual pai abandona um filho seu?

“Pai, oh Pai, porque me abandonastes
se sabias que eu não era Deus?”.


***

sábado, 24 de setembro de 2011

Da idiotice da existência


Em essência,
o homem é o mais infeliz
dentre todos  os animais.
É o único que sabe demais.
Sabe da finitude de sua existência.


***

Da idiotice que é viver

O melhor trabalho que eu fiz
em toda minha vida
eu o fiz ontem.
Hoje ainda não fiz nada,
preciso fazer.
Não porque me exigem,
apenas é o que eu espero de mim.

O pior erro que cometi
em toda minha vida
eu o cometi ontem.
Hoje eu não errarei.
Farei o melhor,
porque esta é minha ambição:
Ser melhor hoje
do que fui ontem
e menor hoje
do que serei amanhã,
independentemente de saber,
a verdade é essa, amanhã vou morrer.

Triste isso, não?


***

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Isadora




Queridos titios, titias, primos e primas,

seguem algumas fotos atuais minha para vocês verem como estou crescendo.

Na primeira foto estou me deliciando com uma laranja no sítio da vovó Conceição.



Na segunda, em um parque perto de casa, estou mostrando meus dentinhos para provar que não sou mais a "banguelinha do papai"

Na última foto estou brincando com papai no parquinho.

beijos a todos

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Dos Amores

Amor direito
não é amor perfeito
perfeito é o torto
que não pode ser morto
porque nunca viveu
apenas se intrometeu.


***

sábado, 17 de setembro de 2011

Versejos para Nanda

Sou diferente
e tão igual
minha diferença
me faz especial.

sou corajosa
e tão fragil
minha coragem
me torna tão vulnerável

Sou surpreendente
e tão atual
minha naturalidade
te assusta
foge do normal

Quando eu Morrer - II


Quando eu morrer, morri. Fui. Fim, the end, cest fini...

E como, por razões obvias, não poderei fazê-lo quando do evento, faço agora um pedido aos meus amores, amigos e familiares: Enterrem-me, ou cremem-me, o que melhor lhes convier, o mais rápido possível. Se eu morrer no Oiapoque, enterrem-me lá; se eu morrer na Patagônia, enterrem-me lá; se eu morrer num navio, atirem-me no mar... Mas por favor, sem demora. Se a morte vier súbita (assim espero!), não gastem mais do que o tempo necessário para se refazerem da surpresa e não mais do que o necessário para se recuperarem do cansaço, se ela vier (Deus me livre!) programada.

Em qualquer circunstância, sem delongas, por favor.

E claro que uma porção altruísta em mim motiva este pedido: Não prolongar o sofrimento daqueles que me amam ou que, pelo menos, me querem bem. De fato, lamentável a situação da parentada: Rodeando o defunto, num clima de, digamos, velório, purgando culpas e dores, perante a consternação de quem sequer viu nos últimos anos.

Mas, a bem da verdade, o meu intento maior é mesmo que me livrem do ridículo.

Coisa horrorosa: Eu ali, encaixotado, esticadão, duro e gelado. Um cheiro de velas incineradas e flores em agonia. Num prolongar desnecessário de gemidos e suspiros. Ah, livrem-me dessa! Estou morto, mortinho da silva, acabem logo com isso!

Economizem gastos com os funerais. Bobagem gastar dinheiro atoa, afinal a terra ou as chamas irão comer tudo mesmo. Façam melhor, juntem o que economizarem e façam uma festa... Isto, em vez de missa de sétimo dia, uma festa! Dá tempo pra todo mundo chegar.

Uma festa... Perfeito, melhor ainda se for na cozinha de D. Lilia.



 ***


Na Roça

(Na vida)



Descalço,
sola fina,
pedras e espinhos maltratam.

Aperreia não,
- acorçoa Quinzinho -
rapidinho, rapidinho,
cria cascão.

 ***

Senioridade II


Engraçado,
estou ficando velho.
Menos moreno, mais amarelo,
menos músculos, mais emoção,
mais amor, menos paixão...

Amam-me mais, desejam-me menos,
amores (a)menos,
saudades demais,
pouca sede e muitos ais.

Engraçado ver a juventude
Com o olhar de meu pai.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Medo de Avião

Essa não é recente... Mas ontem, "conversando" com a Nandinha via SMS (Tô véio, mas tô conectado!), me surpreendi por ela escrever quase todos o versos da poesia. Como ela me disse que gosta muito destes versos (eita filhota coruja!), resolvi publicá-los no Blog.


Eu tenho medo de avião,
daqueles que voam
e daqueles que não.
Eu tenho medo da luz,
de tudo aquilo que me seduz,
de tudo o que reluz,
seja ouro ou não.
Eu tenho medo de elevador,
da sensualidade explicita, do despudor,
da impureza da nudez pura,
da lua cheia e da noite escura,
de tudo o que delicia e tortura,
da fragilidade das borboletas,
da astúcia das ninfetas,
do boi da cara preta,
lobisomem, curumim, saci-pererê...
Eu tenho medo de não morrer!
Das verdades incontestáveis,
das mentiras insustentáveis,
de todo sim e de todo não,
do sul e do norte,
mas eu tenho sorte,
nunca precisei pegar um avião.

***

domingo, 4 de setembro de 2011

Inhuma


Hoje eu fiquei feliz...

Tempos atrás, descendo da Casa da Sede para o escritório, na altura da curva do "aeroporto", ouvi um canto diferente. Parei o carro e tomei o sentido de um lago que fica no fundo da área da sede e então eu os avistei: Um casal de Inhumas e três ou quatro filhotinhos, bem amarelinhos, como patinhos mais crescidos. A partir deste dia, todas as manhãs, eu descia até o lago para observar os bichinhos...

Depois o pessoal do paisagismo foi roçar por lá e eu nunca mais os avistei.

Hoje, porém, ouvi de novo o canto e - confesso que com o coração aflito - desci novamente até o lago e lá estavam eles: O casal e três filhotes, agora crescidos e já com a coloração dos adultos.

(A foto não é minha. Eu voltei para pegar a câmera, mas não consegui avistá-los novamente!)








sábado, 3 de setembro de 2011

Quando eu morrer


Quando eu morrer,
morri.
Nada a lamentar.
Terei morrido porque uma vida
Foi vivida.
Nada a lastimar.
Cedo ou tarde, não importa.
Terá sido aberta a porta
E, então, eu parti.
Quando eu morrer,
Morri.
Amigos, festejem, eu vivi.


***

Senioridade




Nessa altura,
são escassos os desejos.
Não modestos, escassos
esparsos...
Como os raros lampejos
de um vagalume urbano.

Tão humano.


***