quinta-feira, 16 de abril de 2015

Era a gente que não sabia,
qual pássaro da estia,
passaria.

Era a gente que não sabia,
feito ateu em abadia,
feito claustro à luz do dia,
sujeito ao que desconhecia.

Era a gente que não sabia,
que em outras auroras a vida findaria:
outra calmaria;
outra tormenta seria.

Era a gente que não sabia,
que o destino então já comprazia
no endereço em que nos circunscrevia,
na rédea curta com que nos media.

Era a gente que não sabia,
que tão fortuito esse último suspiro chegaria,
e que tão poderoso sobre nós o branco/negro adviria.

Era a gente;
era a gente;
era a gente...

Era a gente que não sabia.