quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Angélica tristeza (poema ao sétimo dia do menino Matias)

Uma nova tristeza agora nos pertence.
Uma tristeza agudinha e indecifrável,
que a cada resvalada no motivo insondável,
mostra seu aspecto ardente.

Eis o trágico fatalismo em não se precisar chegar para partir.
Eis o brilho oculto e incompreensível dessa dor – a qual, no entanto,
como silenciosa nebulosa,
é maternidade consagrada à estrela do santo.

Quem viu seu rosto (o rosto do anjo! o rosto da mais completa e inatacável inocência!),
sorriu doridamente.
Quem não o viu,
sequer sorriu (os olhos baços cravados no horizonte da quintessência...).

Ficou só essa nova tristeza,
agudinha e indecifrável.
Angélica tristeza.

Ad majorem
                               Dei gloriam...