Angélica tristeza (poema ao sétimo dia do menino Matias)
Uma nova tristeza agora nos pertence.
Uma tristeza agudinha e indecifrável,
que a cada resvalada no motivo insondável,
mostra seu aspecto ardente.
Eis o trágico fatalismo em não se precisar chegar para
partir.
Eis o brilho oculto e incompreensível dessa dor – a qual, no
entanto,
como silenciosa nebulosa,
é maternidade consagrada à estrela do santo.
Quem viu seu rosto (o rosto do anjo! o rosto da mais
completa e inatacável inocência!),
sorriu doridamente.
Quem não o viu,
sequer sorriu (os olhos baços cravados no horizonte da quintessência...).
Ficou só essa nova tristeza,
agudinha e indecifrável.
Angélica tristeza.
Ad majorem
Dei
gloriam...