sábado, 20 de março de 2010

Vida cachorra

Vida
sai cachorra
vai deitar
estou cansado
me deixa em paz
você é muito serelepe
você me pertuba

Sai vida
vai deitar
estou de saco cheio
quero sossego
você é muito ofuscante
você me confunde.

3 comentários:

  1. Numa poesia minha, mórbida luz, eu afirmei a "morbidez" dos poetas. De fato, muitas vezes são mórbidos e vêem a vida com algum desencanto e daí a beleza de muitos dos versos.
    Nestes versos seus, Maninho, senti o tal "desencanto"... Cuidado, nem sempre vale a pena.

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  2. Nesse clima mórbido...por que nem sempre somos heroicos...mas sempre verdadeiros: Morro ainda uma vez mais...como não morrer quando se perde quem a mim definia?Como não morrer quando a casa ressoa seus passos no vazio?Como não morrer quando sua voz quebra o poema que havia?.Morrer miudinho...doídamente morrer .Quem me disse que quando se morre tem pouco que morrer?Onde está o homem que caminha por essas longas plagas?Foi ele?Foi ele que veio buscar aqueles que eram minha alegria? Ou foi o torvo que não pensou em mim? Amaldiçoada testemunha de sua agonia!Como foram capazes de silenciosamente ir nos deixando, silenciosamente assinando suas sinas.
    Morro ainda uma vez mais, morro; mas não é a morte que a tudo põe um fim...Pior,é a morte que dilacera um pouco mais a cada dia, a morte que aperta o peito em convulsa agonia, é a morte que trinca os dentes para que o coração não arrebente e a vida se imponha ao peito dilacerado.È a morte que lhe obriga a dar outro passo... cambaleante.
    Cuidado nem sempre vale a pena.

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  3. È a vida
    que toma rumo
    rumo incerto
    rumo diverso
    mãe se foi
    pai faz tempo
    me pergunto
    como eles viveram
    sem os deles?
    Pareciam ter rumo


    Tarlei

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