sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Abelhas II

 O que nos relatou o Tarlei me fez lembrar de outro acontecimento envolvendo ataque de terríveis Abelhas. Foi há muito tempo, lá em Paulo Freitas e assim não me lembro com precisão dos detalhes, nem tão pouco de todos os envolvidos. Desta forma vou postar como me ocorrer, sem maiores preocupações com a verdade.

Quem estava lá pode contribuir comentando ou completando o post, ok?



Férias de Dezembro, não havia outra escolha: Todos para a Fazenda! Naquela época as aulas só eram retomadas em março, assim, eram três meses de pura Alegria.

É provável que os Ferreira da nova geração (sobrinhos em geral) desconheçam o “nosso mundo” de então. A mítica Fazenda dos Coelhos era apenas parte de um extenso território que a nós pertencia – se não de direito, de fato – composto pela Fazenda do Padrinho Valdemar; toda a serra (e não apenas a área que constava da escritura da Fazenda dos Coelhos); as várzeas do João Campos, assim como vasta extensão de outras várzeas do Rio Capivari; os campos de Dona Chanica; a mata proibida do Seu Waldemarzinho... E muito mais. Era desembarcar em Paulo Freitas do trem da RMV vindo de Lavras e transpor um portal para um reino que nos transformava.

A casa sede da Fazenda dos Coelhos, neste período, usualmente ficava “lotada”, com todos seus seis quartos, mais o “quartinho”, que ficava na parte inferior da casa, ocupados por primos (as), amigos (as) e afins – como gosta de usar o Tarlei – que se encarregavam de tornar os dias curtos para tantas atividades. Uma das atividades preferidas era as longas cavalgadas pelos domínios do Reino. Um bando montado rumo às “aventuras nossas de cada dia”. Éramos tantos que frequentemente os cavalos e o arreamentos, nossos e do Padrinho Waldemar, eram insuficientes, sendo necessário recorrer ao empréstimo com algum vizinho.

Naquele dia não tínhamos objetivo muitos ousados. Limitar-nos-íamos (bonito isso, não?) a escalar a serra, subindo o Córrego do Bambu, desde a casa do José Caetano, até o seu primeiro patamar (ou banco, como o denominávamos). Por alguma razão da qual não me lembro, fomos a cavalo até o pé da serra e junto ao córrego, já dentro de uma restinga ciliar, apeamos, amarramos os cavalos sob a sombra fresca, afrouxamos as barrigueiras, apanhamos os bornais lotados com as matulas e iniciamos a escalada.

Éramos um grupo considerável. Creio que dos irmãos, do Milton Junior para cima estávamos todos; as primas por parte da Tia Chiquinha e Padrinho Waldemar – o Darci nunca, ou quase nunca, fazia parte do grupo; creio que o Tio Tarlei também estava e, ainda, a Vera Lúcia filha da Tia Dica, mas não tenho certeza disto, e também o cachorro do Padrinho Waldemar (não me lembro o nome dele. Não sei se fidalgo, plutão...).

Quando atingimos o banco, tratamos de encontrar uma árvore sombrosa, o que se deu junto a um penhasco pequeno de onde se descortinava uma bela vista. Ali ancoramos e iniciamos, entre prosas e risos, a dura tarefa de consumir a merenda. Daí a pouco um grito, alguém se levantou esbaforido, dando de braços como um maluco... Logo um outro, um zumbido, em instantes um enxame de abelhas caiu sobre nós. Pânico, correria, ferroadas alucinantes, gritos, choro... “Deita todo mundo e não se mexam!” – alguém, sei lá quem, poderia até ter sido eu, ordenou. Que nada! As abelhas caiam em cima e logo estávamos todo de pé, no debatendo aos berros. “Para o pocinho!”... E nos amontoamos num poço menor que uma tina, jogando água para cima, com o intuito de afugentar as melíferas assassinas. “Esfreguem alecrim! “... E assim fomos descendo a serra, na correria e sob risco de uma queda, até que em determinado ponto as Apis Melíferas nos abandonaram. Não me lembro em que ponto e nem quanto tempo ficamos sob ataque. Sei que foi um longo tempo.

Milton, Ana Lúcia e o cão ficaram em estado deplorável: O Cachorro, um vira-lata com sangue de fila, ficou deformado. Uma cabeça enorme, ainda assim com um focinho horrorosamente desproporcional. Ana Lúcia com uma cara de lua cheia, sem olhos, com náuseas e vômito. Milton não muito diferente disto, também fortemente intoxicado. Os demais, inchaços generalizados e inúmeros ferrões a serem retirados, o que era feito por um em outro, enquanto era combinada a aventura do dia seguinte.

Felicidade pouca era bobagem!!!


Coisa medonha... É mesmo prá pegar nojo de Abelha, não é Tarlei?

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Um comentário:

  1. Confesso, o que dá para chorar , dá para morrer de rir!Ainda me lembro de quantos causos rendeu essa aventura. Só sei que no minguado pocinho deitei no colo do Coloelo(?) e com a testa de fora ainda fui banquete para uma abelhuda.

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