segunda-feira, 11 de julho de 2011

Fazendas mineiras

Seus pomares
sombreados
úmidos
melancólicos

sabiá laranjeira
voa ligeiro
canto
alegria vespertina

rego dágua
caneca limpa
taioba, inhame
moinho de fubá

Seus quintais
ensolarados
madorrentos
preguiçosos

rolinha fogo apagou
canta sol a pino
cochilo embaixo
do ingazeiro

Enxada encostada
marmita vazia
cafezinho
cigarro de palha

Seus campos
empastados
farturentos
suculentos

vaca malhada
pasta mansidão
olhos lindos
calmos resignados

gabirobas
cheiro doce
crepusculo
lua cheia

Fechado para Balanço


Falando (escrevendo) acerca de canários emudecidos, lembrei-me destes antigos versos:


FECHADO PARA BALANÇO

I

Encapsulado,
assim como uma ostra
na qual se pigou limão.
Amuado, calado...
Ah, vá lamber sabão!
Que eu sei falar gato.
Apenas sou,
Apenas estou
fechado para balanço.

II

Eu moro num quarto alugado,
num ridículo quarto enfeitado,
com fotos de mulheres nuas.
Uma lâmpada menos clara do que a lua
ilumina um poster de Fittipaldi
e você que se escalde
não há um só retrato seu.

III

Agora, me dê um tempo.
Melhor você ficar calada.
Não me pergunte nada,
pois eu nada sei...
E tudo o que sei
é que fiz uma enorme besteira
quando li Manoel Bandeira.

IV

Cadê a estrela da manhã?


***

Canário Mudo






Pois é, Maninho... Provavelmente o canário está na muda!!
Eates dias tenho notado que meu canarinho parou de cantar,de alegrar minhas manhãs e notei que me faz falta seus gorgeios.