segunda-feira, 11 de julho de 2011

Fechado para Balanço


Falando (escrevendo) acerca de canários emudecidos, lembrei-me destes antigos versos:


FECHADO PARA BALANÇO

I

Encapsulado,
assim como uma ostra
na qual se pigou limão.
Amuado, calado...
Ah, vá lamber sabão!
Que eu sei falar gato.
Apenas sou,
Apenas estou
fechado para balanço.

II

Eu moro num quarto alugado,
num ridículo quarto enfeitado,
com fotos de mulheres nuas.
Uma lâmpada menos clara do que a lua
ilumina um poster de Fittipaldi
e você que se escalde
não há um só retrato seu.

III

Agora, me dê um tempo.
Melhor você ficar calada.
Não me pergunte nada,
pois eu nada sei...
E tudo o que sei
é que fiz uma enorme besteira
quando li Manoel Bandeira.

IV

Cadê a estrela da manhã?


***

Nenhum comentário:

Postar um comentário