domingo, 29 de janeiro de 2012

Soleira do tempo

Na soleira do tempo
o portal bordô
riscado a lapis de marcineiro vermelho
marcando as alturas das crianças
Pai quanto cresci
Acho que estou mais grande
Não é mais grande menino
é mais alto
Na porta chave grande
consigo vê la na mente
guardada muitas vezes na pilastra
Quanta saudade
das horas gostosas
do sol no azulejo branco
das manhãs douradas.


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sábado, 28 de janeiro de 2012

Gervazio


Não senhora, o Quinzinho num tava bolinando a cabra Brinquinho, não. Não senhora, o Quinzinho num tava iscondido na tulha cum´a Mariinha, minha fiinha, não. Não senhora... Ôuu Gervazio, preto safado, tá pensando que eu sou besta? Quinzinho é fio meu, saiu de mim, saiu a mim, eu sei o fio que tenho, não se atreva, Gervazio,tá pensando que eu sou o que? Te assegura, preto fei! Aí, quem te deu tanto peito? Joaquinzão, marido meu, teu senhor, te esfola... Ôuu Gervazio... Ôuu Gervazio, pode brincar só um pouquinho.

E ate hoje ninguém sabe por que Gervazio, um negrão tão bom, morreu do jeito que morreu...


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Quem são?

Este post inaugura uma série de "Quem são?"
Preparem-se...


 Quem sâo?

Não riam, tem de vocês também.


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quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Pantanal Matogrossense - Cheia


 
O Mato Grosso tem muitas coisas belas, o Pantanal é uma delas, especialmente quando das cheias.

Estas fotos eu e Rose obtivemos no retorno de um fim de semana no SESC-PANTANAL em fev/11.








Aqui uma égua pantaneira (quarto de milha) com sua cria, pastando no alagado.














A adaptação destes animais ao solo quase sempre alagado, é o seu diferencial.

 Assim como os animais, o ser humano teve que aprender a lidar com o ritmo das águas...





Mas a beleza vale a pena ser desfrutada.











Ou não?



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quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Da série Ipês - Ipê II: amarelo sobre sua sombra em calçamento histórico do tipo "solteirões e solteironas"




terça-feira, 17 de janeiro de 2012

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Texto da Aline no Facebook

 
 (Aline, que não é a Dinha nem a Sobrinha)
 
A princípio, bastaria ter saúde, dinheiro e amor, o que já é um pacote louvável, mas nossos desejos são ainda mais complexos. 
Não basta que a gente esteja sem febre: queremos, além de saúde, ser magérrimos, sarados, irresistíveis.

Dinheiro? Não basta termos para pagar o aluguel, a comida e o cinema: queremos a piscina olímpica e uma temporada num spa cinco estrelas. E quanto ao amor? Ah, o amor...... não basta termos alguém com quem podemos conversar, dividir uma pizza e fazer sexo de vez em quando. Isso é pensar pequeno: queremos AMOR, todinho maiúsculo. Queremos estar visceralmente apaixonados, queremos ser surpreendidos por declarações e presentes inesperados, queremos jantar à luz de velas de segunda a domingo, queremos sexo selvagem e diário, queremos ser felizes assim e não de outro jeito.
É o que dá ver tanta televisão.

Simplesmente esquecemos de tentar ser felizes de uma forma mais realista. Ter um parceiro constante, pode ou não, ser sinônimo de felicidade. Você pode ser feliz solteiro, feliz com uns romances ocasionais, feliz com um parceiro, feliz sem nenhum. Não existe amor minúsculo, principalmente quando se trata de amor-próprio.

Dinheiro é uma benção. Quem tem, precisa aproveitá-lo, gastá-lo, usufruí-lo. Não perder tempo juntando, juntando, juntando. Apenas o suficiente para se sentir seguro, mas não aprisionado. E se a gente tem pouco, é com este pouco que vai tentar segurar a onda, buscando coisas que saiam de graça, como um pouco de humor, um pouco de fé e um pouco de criatividade.

Ser feliz de uma forma realista é fazer o possível e aceitar o improvável. Fazer exercícios sem almejar passarelas, trabalhar sem almejar o estrelato, amar sem almejar o eterno. Olhe para o relógio: hora de acordar. É importante pensar-se ao extremo, buscar lá dentro o que nos mobiliza, instiga e conduz mas sem exigir-se desumanamente. A vida não é um jogo onde só quem testa seus limites é que leva o prêmio. Não sejamos vítimas ingênuas desta tal competitividade. Se a meta está alta demais, reduza-a. Se você não está de acordo com as regras, demita-se.

Invente seu próprio jogo. Faça o que for necessário para ser feliz. Mas não se esqueça que a felicidade é um sentimento simples, você pode encontrá-la e deixá-la ir embora por não perceber sua simplicidade. Ela transmite paz e não sentimentos fortes, que nos atormenta e provoca inquietude no nosso coração. Isso pode ser alegria, paixão, entusiasmo, mas não felicidade.
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domingo, 15 de janeiro de 2012

Vida

Vida
te percebo
és embusteira
bela
rameira

Vida
te reconheço
és traiçoeira
mera
trapaceira

Vida
agora sim
te compreendo
fera
sedenta

Cocada

Você pediu
compasso
então medi
meus passos
e com
desembaraço
rabisquei
estes traços

Você pediu
rima
então aplainei
as quinas
e com
disciplina
dobrei
a antiga esquina

Por de Sol em Mato Grosso


sábado, 14 de janeiro de 2012

Beto Damasceno

Beto Damasceno morreu. Comentam que não foi morte morrida, mas morte matada por causa de pendengas antigas acerca de divisas e aguadas. Mas não, isso não causa assombro, não por aqui neste rincão esquecido por Deus. O espanto foi por que Beto foi que nem boi que vai manso sem saber o que o aguarda no abatedouro. Logo Beto Damasceno que era um touro, forte como só, doador de coragem por excesso e que nem carecia mostrar os bagos roxos para se afiançar destemido, morrer assim sem levar nem deixar sangue pisado na cara, sem beiço partido nem dentes quebrados, sem furos de faca ou de bala de lado a lado. Isso sim causou espanto.

Beto Damasceno, um guapo fogoso aportou nesta grossura ainda bezerro, magrelo e franzino, se fez levando na testa e no lombo. Com o engrosso das mãos enricou, derrubando aroeiras a machado, domando burros endemoniados, puxando arado e correntes, endurecendo os músculos – entre eles o coração – e os miolos. Com dinheiro no mocó, comprou briga com miúdos e graúdos, não arredou moirão nem pra deputado, trepou com raparigas de toda redondeza, arrancou suspiros de donzelas e casadas, despeito de mancebos e senhoraços e se aguada lhe interessasse, adeus aguada.

Mas esta besta apaixonou-se e apaixonou-se pela donzela errada. Filha de um vizinho esclerosado, com quem disputou e levou boa aguada e bons palmos de terra. Essa guria magrelinha, bundinha empinada, olhos puxados, meio chinoca – nem bonita era! – fez dele o que quis. Trepou e não gozou. Casou e não pariu. E enquanto os pelos dele amansavam, os delas espinhavam e nem uma daquelas putas por ele coberta faria o que ela fez.

Comentam que ela era (ou se fez) boa de cama e o que ele não gemeu das surras de mato, gemeu nas cavalgadas da potranca vadia. Então, louco se cura quando encontra outro mais louco na sua porta. Damasceno foi definhando a olhos vistos, os músculos murchando, expirando pouco a pouco ate que tísico morreu.

No velório, lá estava ela. Enlutada. Tela negra cobrindo o sorriso maquiavélico.

Ninguém lhe ofereceu os pêsames.

Ousar para que?

Foi em vão

Faça
faça assim
olhe para mim
além
bem
além
está bem
amém.

Fique
se quer

ninguém
a quer
má.

Melhor não
que seja
veja
nada há

nada lá
se deseja
vá.

melhor não

foi em vão.

Saudades!!!


Enquete

Consegui!!!!

Participem...


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Novo amigo

Novo amigo está "seguindo" o Blog: Tio Dinilson.

Seja bem vindo, a casa é nossa...


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sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

2012 (aqui vamos nós!)

Vocês viram. O "Os Ferreira" tá de roupa nova...

Pois é, ano novo, novos projetos, esperanças renovadas... E vamos nós!

Estou tentando introduzir algumas novidades. Por exemplo, já se encontra, logo abaixo do post a opção de manifestar "curti", como no facebook. Só não consegui (ainda) que seja identificado quem curtiu (Eita blogueiro fajuto!), mas vou continuar insistindo; Para o texto não ficar muito longo, "poluindo" o visual, inclui o "jump break", que é isso o que se vê aqui: Apenas uma parte do texto aparece e para o visualizar todo basta clicar em " mais informações"; outras novidades (assim que o blogueiro conseguir) virão.