Na manhã de minhas (in)gratidões,
costumo alimentar-me de vespas e de pães;
em vastos cestos que são passados ostensivamente,
onde sou sempre eu mesmo que me sirvo.
Mas se me sirvo reclamando e nisso implico em dano
(e mais dano e mais dano e mais dano),
sempre acusando o mundo que me cerca de profano,
qual belíssimo atributo me tocará?
Chuá-chuá-chuá: são rios que no mar vão dá.
Ora, só é realmente nobre o moribundo – ele sim! –
não há nobreza entre os saudáveis e resmungões;
não há nobreza entre os ansiosos e insaciáveis;
não há nobreza entre os que - sendo passado -
desperdiçam o presente projetado num futuro que nunca virá.
Chuá-chuá-chuá: são rios que no mar vão dá.
Como os abraços de avós que não há mais,
logo não haverá abraços de pais;
e logo não se poderá abraçar o filho,
porque inequívoco é o signo da eternidade que se nos impõe:
eterno antes refeito no eterno depois,
e um breve interstício miraculoso da consciência atribulada,
que fatalmente de se atribular deixará.
Chuá-chuá-chuá: são rios que no mar vão dá.
*inspirada em "Em paz com a vida" de nosso saudoso vovô Milton.
quinta-feira, 31 de maio de 2012
terça-feira, 29 de maio de 2012
domingo, 27 de maio de 2012
Black tie
Kathleen
They wear black tie
but they lie
lie
and lie ...
all the time!
And I,
on my time ...
lie
and lie ...
all the time!
And I,
on my time ...
And I
Oh! My Lord
I'm so tired...
***
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