sexta-feira, 28 de junho de 2013

Zumbizinado




Zumbem nos meus ouvidos,
Desde minha alma,
Palavras, frases, estrofes...
Porque zumbem assim tão desconexas?
Poesia? Duvido!
Nada presta.
 
Mas zumbem.
Abelha colhendo mel?
Zumbe.
Estrela despencando do ceu?
Zumbe.
Flor se abrindo?
Zumbe.
Lua subindo?
Zumbe.
Sapo coachando?
Zumbe.
Seriama cochilando?
Zumbe.
Juriti no mato sombreado?
Zumbe
Cheiro de barranco molhado?
Zumbe
Rio deslizando entre pedras?
Zumbe.
Hera que da fresta medra?
Zumbe.
 
Zumbe e zumbe tudo.
E eu, mudo,
Meio que pasmo,
ainda calado,
fico assim zumbizinado.
 
E, então, disperso
zumbo versos.
 
***

 

Um comentário:

  1. Lembranças
    que nada valem
    embaralho
    na imaginação
    como retalhos
    tempos idos
    peito em frangalhos

    Capiau
    caipira
    Natural
    natureza
    Teu visgo
    nele insisto
    estar preso
    quase que como
    uma mosca na teia.


    Tarlei

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