sexta-feira, 17 de julho de 2009

Dando rasteira na tristeza


A primeira vez em que ouvi a expressão, não sei se cunhada por ele, foi numa conversa que tive, por telefone, com o Maia:

- E ai? Belezzz?

- Tocando a vida... Dando rasteira na tristeza...

Pego de surpresa pela frase, maravilhei-me com a sua força... “Dar rasteira na tristeza”, que coisa!

Talvez o meu deslumbramento tenha decorrido do fato de que, desde meninos, aprendemos a força de uma rasteira bem aplicada, quando, por um motivo qualquer, geralmente fútil, dois do grupo se engalfinhavam para resolver alguma pendenga antiga.

- Dá uma rasteira nele! – Instigava a turba que prontamente se aglomerava em volta dos contendedores. Uníssonos, embora cada um dirigisse o incitamento ao opositor de sua preferência.

- Dá uma rasteira nele!

E se assim acontecia, era a simultaneidade do apogeu e da derrocada.

Então eu imaginei a tristeza, após uma bela rasteira, estendida no chão – a testa suada, a cara suja, os olhos arregalados, admirada com o desfecho dos acontecimentos – e o regozijo daquele, a quem ela tentara subjugar e que a surpreendera com tão admirável golpe.

Dando rasteira na tristeza!

Mas poderia também ser em razão do sentido que assume a palavra rasteira no mundo corporativo: Enganar, levar vantagem, ludibriar... Sendo que, neste caso, a beleza seria encontrada no fato de se ter rasteirado uma safada... No caso, a tristeza.

Então é isso.

Neste final de semana, vamos todos dar uma rasteira na tristeza.

Bom final de semana Ferreirada.

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