quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

+ Alguns Poemetos



Família

A mãe, oficina, construía.
O pai provia,
Driblando credos e credores.
As crias cresciam:
Oficinas e provedores.

Aos pais saíam.


Rochedo

Magma, sílica, séculos...
E o vento – filho indócil –
O molda.


Arvoredo

Medo.
Fico assim:
Pendido – Sobre o rio que me levaria ao mar.
Preso – Ao solo que não me deixa ir a nenhum lugar.


Indulgente

Nunca haverei de...
Ser morto? Melhor.
Ferido jamais.
Lamber feridas
É coisa para animais.


Saudade

Nem peixe havia
Mas cheirava:
Por de baixo das unhas até na sola do pé.
O sol descia,
O mar tingia,
O coração umedecia
E o caboclo gemia:

Ô Maria!


Mulher que Sorri

Fui me encontrar com Joaquina,
Na esquina,
Tropecei com Maria.
Ah! Maria sorria...
Como se disse sim.
Não que fosse para mim
- Não era – Maria apenas sorria.
Melhor assim,
O sorriso de Maria,
Mais do que maltrata,

Mata.

x

Um comentário: