sábado, 15 de outubro de 2011

Bodas de trinta e cinco...

(uma historinha de gente feliz)

Dia 30 de outubro de 2011, faremos, Eu e Rose, 35 anos de casados!

Bom, o número pode ser considerado fantástico, mas não é. Extraordinária é a sucessão de eventos que levou aos trinta e cinco anos.

Quando vi Rose pela primeira vez, ela era uma garotinha com cerca de nove anos - muito precoce, diga-se de passagem -, eu tinha quatorze. Na roça, as margens do Rio Capivari, eu (bonito e garboso) montado num fogoso baio, ela passeando a pé com as primas, shortinho curto e narizinho arrebitado de menininha metida da cidade (não existia na época o termo "patricinha". Se existisse, encaixaria como uma luva.). Cumprimentei as primas dela, amigas minha, e cochichei com os arreios: "Desabuso ela!". Ela, naturalmente, solenemente me ignorou.

Tempos depois, eu com dezessete anos, 1,84 metros de altura e 64 quilos de peso, cabelos ruins presos num rabo de cavalo, barba rala sujando a cara e cheio de ideias e ideais, trabalhando como garçon voluntário, numa "brincadeira" (para quem não sabe: Brincadeira era uma domingueira, uma tarde dançante... Ah, deixa pra lá!), do Colégio Estadual Dr. João Batista Hermeto, a servindo. Ela com  doze anos, 1,60 metros de altura, saia muito curta, meias, botas, com um sorriso de quem aceitou "ser desabusada", olhou para mim.  Dançamos ao som de Beatles (tocado por um conjunto de meninas, uma das quais , a baterista, era namorada minha).

- Vocês, certamente conhecem as estórias de "a bela e a fera". Eramos nós. Polos opostos: Ela linda, eu feio. Ela correta, eu contestador. Ela ojetiva, eu sonhador... Mas, deu no que deu: Ela amor e eu amor! - hoje, eu não deixaria uma filha minha, com doze anos, namorar um carinha com dezessete! Em especial se este carinha fosse eu aos dezessete anos!

Mas então, trinta e cinco anos fazem histórias que não acaba mais!

Só pra resumir, daí em diante fui fazer cursinho em BH, estudando p'racabá, me virando, correndo das fardas, namorando o nada, cruzando estradas e ela em Volta Redonda, tocando piano, fazendo balet, primeira na escola, dona da galera, orgulho dos professores e dos pais... Escrevi cartas aos montes, recebi cartas aos montes, namorei aos montes, namorou aos montes, me ferrei em vários vestibulares (quatro, em um ano e meio) e fui parar em Volta Redonda, por conta de um tio  (em segundo ou terceiro grau) que não me deu outra opção.

A primeira coisa que fiz, quando cheguei, foi procurar o endereço das cartas que eu recebia.

Nessa época eu tinha dezenove e ela quatorze anos (Com certeza: Eu era pedófilo!) e continuo afirmando que nenhuma filha minha (nem uma neta!), com quatorze anos, namoraria um carinha como eu aos dezenove. Na epoca, ela namorava um caretinha, que me implorou (chorando... e verdade!) para eu ficar distante dela. Fiquei, mas não o bastante. Tanto que no dia 11 de janeiro de 1971, sob a sombra de um eucalipto, logo acima do curral, na Fazenda dos Coelhos, eu, segurei sua mão para desenhar um "M" de Marcos  e nunca mais a soltei. No dia 5 de dezembro de 1975, ficamos noivos e no dia 30 de outubro de 1976, nos casamos...

E então, lá se vão trinta e cinco anos - na verdade, quarenta e oito anos - de amor, paixão e tesão...

Desta adoravel tesão, resultaram três filhos, três maravilhosos filhos: Marcele, Fernanda e Tácio e, até então, duas maravilhosas, apaixonáveis, desminlinguidoras, netas., Isabela e Camila... E, depois de tudo isso, entre muitas, mas muitas, alegrias e muitas, mas muitas, tristezas, eu só tenho uma coisa mais a dizer:

- Rose, meu amor, não sei quantos anos mais virão, outros 35, 40, 50 ou mais. So tenho uma certeza, sejam quantos for, eu serei extremamente feliz como até então tenho sido por ter você!


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