sexta-feira, 6 de abril de 2012

Prova Oral


Indagas-me acerca da felicidade,
a resposta a tenho na ponta da língua,
para que a flor não feneça a míngua,
para que não mingue o desejo por inutilidade.

Separar pétalas húmidas de orvalho,
perscrutar doce vão com intensa brandura,
sugar o mel como o faz, com seu trabalho,
a abelha, extraindo da flor toda doçura.

Interrogas-me acerca dos odores e do gozo,
na ponta da língua, no tempo exato,  os trago,
fantasias, lisérgicos, indomados pássaros de fogo
emulando um paraíso etéreo em tenros afagos.

Perguntas-me acerca da felicidade,
perceba que nela, neste instante, naufragas
tecendo com estrelas etéreas divindades,
que pouco a pouco hão de extinguir tuas brasas.


***

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