segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Procura-se

Desapareceram deste espaço e estão fazendo muita falta:


Cocada

Foto obtida numa belíssima excursão pelo sul de Minas, organizada pelo Milton, Naira e Chiquito. A foto não é das melhores, mas é a única disponivel.
Esteve por aqui pela última vez em  9 de agosto de 2010, as 18h08min, comentado uma bela poesia do Tarlei e depois nunca mais.



Tarlei

Foto obtida quando de um festa de passagem de ano, organizada pelo Dado e Lu. A foto também não é lá essas coisas... Fazer o que? O modelo não ajuda!
Esteve por aqui pela última vez em 08 de agosto de 2010, as 16h45min, justo quando publicou a poesia acima aludida, e depois também nunca mais...

Se alguem souber do paradeiro ou tiver alguma notícia das figuras, favor informar neste Blog... Não há recompensas por isso, mas a Ferreirada saudosa agradecerá.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Recordar

Ferreiras,

que coisa mais gostosa esse blog. Hoje dei uma "navegada" em posts passados e é uma delícia ler os comentários, poesias, causos e etc de todos, Diminui um pouco a saudades de todos


beijos,
Dado

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Muros

Konstantinos Kaváfis
(Tradução: José Paulo Paes)

Sem cuidado nenhum, sem respeito nem pesar,
ergueram à minha volta altos muros de pedra.

E agora aqui estou, em desespero, sem pensar
noutra coisa: o infortúnio a mente me depreda.

E eu que tinha tanta coisa por fazer lá fora!
Quando os ergueram, mal notei os muros, esses.

Não ouvi voz de pedreiro, um ruído que fora.
Isolaram-me do mundo sem que eu percebesse.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Mais um recurso para o blog

Pessoal,

Temos um novo recurso no blog que permite que a gente receba um e-mail no final do dia informando se surgiu algum post novo no site. O recurso fica no lado direito do site ("subscribe via email").
É só colocar o e-mail que você quer cadastrar e seguir os passos que são indicados.

Infelizmente, ele não avisa quando um novo comentário foi feito. Funciona somente para novos posts.
De qualquer maneira, é mais um recurso para facilitar a nossa vida.
Se alguém tiver dúvidas, a gente tenta ajudar! Rs...

Bjs a todos!

domingo, 22 de agosto de 2010

domingo, 15 de agosto de 2010

Curtinhas

"Coragem é o medo aguentando um pouquinho mais" (Thomas Fuller)

Manifestações da Trindade ou Heráclito, a Hiena, o Búfalo


Heráclito Silva era um homem mais temido que respeitado. Seu rosto enrugado, duro, ossudo, sua barba espessa e ruiva creditavam-lhe certa ferocidade. Bruto, de uma índole baixa, intolerante e arrebatada, sempre desdenhara da existência alheia como de qualquer código contrário às suas mais imediatas vontades. Fazia questão de tratar aqueles que lhe prestavam serviço com arrogância ou, quando bem-humorado, com a mais total indiferença. Assim, diante da oportunidade, foi bastante natural que Heráclito passasse a se valer de jovens tolos e ambiciosos, contratados no peso da palavra, com falsas promessas e ameaças verdadeiras, para tratar de seus assuntos menos enobrecedores. Esses jovens, aos quais chamava intimamente meus Capaus, tiveram destinos desastrosos, muito embora se propagandeasse aos quatro ventos pela região ser Heráclito o mais generoso benfeitor da Criança do Futuro, entidade local para o desenvolvimento da criança e do adolescente, portanto forte candidato a cadeiras municipais quaisquer. Manejando com tamanha destreza a adaga da hipocrisia, Heráclito soubera se servir muito bem durante toda a vida de sua conduta mesquinha, de seu caráter maleável e por isso ascendeu alto e rapidamente nas esferas interessadas do dinheiro. Fora uma Hiena sempre solícita quando lhe convinha, sempre imiscuída em esquemas fraudulentos, sempre disposta à derrubar detratores como aliados como quem quer se interpusesse em seu trajeto, sempre sorrateiramente, pelas beiradas, pela retaguarda, insensível como uma Hiena…

Ano após ano a cena se repetia. Um verão escaldante na planície de Ngorongoro. A caldeira fumegando de criaturas sedentas, sobretudo por carne. Um grande Búfalo, de pêlos espessos e ruivos, de olhar esmaltado e semblante indisposto, acabava de tomar uma decisão equivocada, avançando cada vez mais, sem ousar retroceder, se afundava no denso lamaçal. Extremamente pesado, o Búfalo se vê subitamente subjugado pela lama, atolado, sem poder se deslocar. Ato contínuo, como neblina ligeira em estrada da manhã, um bando de Hienas se aproxima, atraída pela movimentação angustiada do Búfalo. Elas são leves bailarinas, não afundam no lamaçal. A primeira mordida é apenas um beliscão, um teste para avaliar a imobilidade do bubalino. A segunda lacera seu couro e penetra sua anca. O Búfalo impulsiona abruptamente seus grandes chifres para trás, mas seu golpe passa no vazio e uma terceira mordida, potente e penetrante, atinge seu dorso. O Búfalo urra, retesa o pescoço e ensaia uma chifrada patética, que as Hienas ignoram. O Búfalo encara fixamente uma de suas algozes; essa Hiena tem olhos absolutamente negros e indiferentes. Os olhos do Búfalo diante da morte são os olhos de Heráclito. As repetidas mordidas que lhe assomam são devastadoras. As entranhas de sua anca e da parte traseira de seu dorso estão expostas. O odor de sangue domina a paisagem. Vinte e três Hienas banqueteiam sobre um Heráclito insistentemente vivo. Cinco minutos depois, seus olhos vitrificam e ele já não respira. Meia hora depois resta-lhe apenas alguns pedaços de ossos espalhados e a longa vértebra ferrenhamente disputada por duas velhas amigas…

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Meia Maratona

No último revellion, entre muitas e várias, lá pelas tantas o Miltinho colocou três objetivos pessoais para 2010. Como a cervejada é um enorme fator motivacional, copiei a idéia e tracei meus três objetivos do ano.

No último domingo, 08/08, meu primeiro dia dos pais, com o presente que Deus me deu não para o dia dos pais, mas para toda vida, minha filha (de boca cheia), a pequena Isadora, acordei cedo, 06h30, e parti para realizar um dos propósitos do ano, terminar uma meia maratona.

A prova, que não foi tão bem organizada como outras, começou por volta das 08h20. 1h57min55seg depois cruzei a linha de chegada em 130º entre os homens na minha faixa etária (40 a 44) e o 859º no geral. Foram 21.097 m, ou seja, algo como percorrer um trecho de Lavras a Perdões pela Fernão Dias.

Como era dia dos pais, dediquei a conquista ao nosso pai, pois além dele ter me acompanhado na corrida, ele era um admirador dos esportes e das corridas de longa distância por conta da superação do ser humano.

Pra descontrair




Vídeo com Lula dizendo que tênis é esporte de burguês dispara no YouTube

Pessoal,

Vou começar a participar do blog trazendo um pouco das notícias e assuntos que me interessam no dia a dia, e um pouco de "futilidades" também! Não tenho capacidade para escrever tão bonito como os talentosos da família, mas é uma maneira de eu me sentir um pouco mais perto de vocês!

Começo com este vídeo que está dando o que falar na internet.

Além de uma postura do Lula que na minha opinião está muito distante do que um presidente deveria ter, ainda temos o Sérgio Cabral, governador do Rio, chamando o rapaz de Otário...
O "futuro da nação" foi muito bem tratada neste encontro...

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Menino não sonha

Gotas de luz salpicam a folha branca,
letras, rasto de lesma sobre sua negra anca,
gosma, gozo, espasmo, poesia, prosa,
a natureza se basta e por si goza.

Estertor pélvico, substância amorfa, vasca,
Sinha’na me chama da senzala, lasca,
estrepe, lâmina, não me chama, me ama,
canta-me uma canção de por menino na cama.

Menino não sonha, flor, pétalas, estremece,
mel no bico, pássaro implume, nu, desanoitece,
no canto aveludado, solitário, noctívago, de jaó,
a camisa rala, o peito magro, o olhar de coió.

domingo, 8 de agosto de 2010

BEBI UMAS E SAIU ESTAS

Pouco faço
pouco mereço
sou raso
fácil de se alcançar
sou límpido
fácil deslumbrar
tenho medo
tenho senso
só quero ser eu mesmo


Queridos meus
não reparem
é um rascunho
rascunhado com coração
sem pensar
sem estética
apenas um rascunho
isto é
sem intensão
sem pretnesão
rascunhado
apenas protótipo
sem pretensão
sem tesão

sábado, 7 de agosto de 2010

Dia dos Pais

(Em que pese a falta de nosso querido pai, PARABÉNS PAIS FERREIRAS!)

O Dia dos Pais tem origem na antiga Babilônia, há mais de 4 mil anos. Um jovem chamado Elmesu moldou em argila o primeiro cartão. Desejava sorte, saúde e longa vida a seu pai.

Nos Estados Unidos, Sonora Luise resolveu criar o Dia dos Pais em 1909, motivada pela admiração que sentia pelo seu pai, William Jackson Smart. O interesse pela data difundiu-se da cidade de Spokane para todo o Estado de Washington e daí tornou-se uma festa nacional. Em 1972, o presidente americano Richard Nixon oficializou o Dia dos Pais.

Devido a história, nos Estados Unidos, ele é comemorado no terceiro domingo de Junho. Em Potugal é comemorado a 19 de Março. No Brasil, é comemorado no segundo domingo de Agosto. A criação da data é atribuída ao publicitário Sylvio Bhering, em meados da década de 50, festejada pela primeira vez no dia 14 de Agosto de 1953, dia de São Joaquim, patriarca da família. (dia que também se comemora o dia do padrinho segundo a tradição católica)

Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Dia_dos_Pais

A poesia de Paulo Leminski

Escrevo. E pronto.
Escrevo porque preciso,
preciso porque estou tonto.
Ninguém tem nada com isso.
Escrevo porque amanhece,
E as estrelas lá no céu
Lembram letras no papel,
Quando o poema me anoitece.
A aranha tece teias.
O peixe beija e morde o que vê.
Eu escrevo apenas.
Tem que ter por quê?


Amor, então,
também, acaba?
Não, que eu saiba.
O que eu sei
é que se transforma
em matéria-prima
que a vida se encarrega
de transformar em raiva.
Ou em rima.


não discuto
com o destino
o que pintar
eu assino


nunca cometo o mesmo erro
duas vezes
já cometo duas três
quatro cinco seis
até esse erro aprender
que só o erro tem vez


Tarde de vento.
Até as árvores
querem vir para dentro.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Causos de Milton Ferreira


(A batalha no vagão da RMV)\


Fez parte de minha história, nos meus tempos de menino – e também nos meus anos adolescentes – a RMV: Rede Mineira Viação (também conhecida maldosamente por “Ruim ‘Mais’ Vai”; complementarmente, meu pai, algumas vezes, um gozador, quando avistava sobre aqueles trilhos vagões da RFFSA – Rede Ferroviária Federal S.A. – dizia tratar-se da ‘Rede, Farsa, Fingida, Sem Aducação’), uma rede ferroviária que unia os municípios de Barra Mansa, no estado do Rio, e Ribeirão Vermelho, em Minas Gerais, num percurso total de 295 km, que demandavam, quando as locomotivas já eram a diesel, sem contar os freqüentes e longos atrasos, cerca de oito horas de viagem para serem percorridos de ponta a ponta. Entre estes dois extremos, seus trilhos de aço serpenteavam cruzando várias cidades, vilarejos, povoações, estações e paradas, entre as quais a Estação de Paulo Freitas, distante cerca de seis quilômetros da lendária Fazenda dos Coelhos. Era este um meio de transporte comumente usado para os deslocamentos de ida e volta de Lavras para a Fazenda dos Coelhos.

Creio que muitos de nós, se não todos, têm casos interessantissimos relacionados com aquele “tremzinho mineiro”, também conhecido como “mineirinho de ferro”, ou simplesmente “mineirinho”. Eu mesmo já estive envolvido com vários destes acontecimentos, como por exemplo, as perseguições montadas que empreendíamos, na qualidade de assaltantes, ao longo da várzea do Padrinho Waldemar; a tomada por empréstimo não autorizado do sino da estação; comprar escondido cigarros no vagão restaurante; vender laranjas para os passageiros; e, principalmente, esperar na estação e alegrar com a chegada de um (a) amigo (a), namorada e morrer de saudade quando de suas partidas...

Mas o que eu quero comentar agora é o fato que denominei “A batalha no vagão da RMV”.

O “mineirinho” oferecia duas opções para o transporte de passageiros: a “primeira classe”, um pouco mais cara, e “segunda classe”, a mais barata. Pelo que me lembro, não havia muita diferença entre uma “classe” e outra: Os bancos estofados na “primeira classe” e de madeira na “segunda classe”, as bagagens mais elitistas e os narizes mais empinados dos passageiros da primeira e só. Além disso, havia ainda uma diferenciação nos preços: Isenção de pagamento de passagem para, se não me engano, menores de cinco anos, inclusive; meia passagem (meia) para crianças entre cinco e doze anos, também se não me falha a memória; e passagem inteira (inteira) para passageiros com treze anos ou mais de idade.

A vida nunca foi fácil para nosso pai e a grana quase sempre muito pouca ou quase inexistente, assim a nossa opção, salvo raríssimas exceções, por mim desconhecidas, era a “segunda classe” e isso significava estarmos entre a ralé. Não que isso fizesse alguma diferença para nós, ao contrário, era até mais divertido, mas que o “chefe do trem” nos olhava algum desprezo, ah sim: olhava!

Naquela viagem, papai comprou as passagens para a "segunda classe": Duas inteiras, para ele e mamãe, cinco meias, para embarcar Eu, tio Tarley – que passou as férias em Paulo Freitas, Maria Aline, Humberto e Miriam; e fazendo uso da isenção de pagamento Naira e Milton – creio que o Tarlei, mano, ainda não fazia parte da Troupe.

Um parêntesis: Se fizerem as contas constatarão que minha idade não era assim tão avançada, portanto não tenho na memória todos os detalhes do ocorrido, assim como não tenho total segurança se as pessoas envolvidas eram mesmo as que agora cito. Se alguém tiver mais detalhes, ou constatares algum erro, por favor, fique a vontade para ajustar o texto.

Após longo atraso, embarcamos no “mineirinho” e nos acomodamos num dos vagões da segunda classe, entre balaios, sextos, sacolas, galinhas e periquitos (com algum exagero). Também embarcaram no mesmo vagão: Padrinho Waldemar, Tia Chiquinha e filhos; e lá encontramos Tio Ruy e Tio Celso e respectivas famílias que haviam embarcado em Carrancas – Bons tempos aqueles, o mundo era pequeno!

E fomos nós, no embalo do trem.

- Itumirim... Itumirim... – Veio apregoando o “chefe”, conferindo as passagens e “picotando” as daqueles que haviam embarcado na estação anterior, como nós.

- De quem são estas passagens? – Perguntou ele a meu pai que, por sua vez, reportou a quem correspondia cada bilhete.

- E a daquela menina? – Perguntou ele apontando para Naira.

- Ela tem menos de cinco anos. – Respondeu meu pai.

- Não me parece... – Replicou o “chefe”. – Me apresente a certidão de nascimento.

- Tá me chamando de mentiroso? – Perguntou papai, já se alterando.

- Ainda não... – Retrucou o chefe.

O pau quebrou!

Papai literalmente voou no pescoço do chefe gordinho e ambos foram parar no chão do trem. Agarrado por vários, papai foi puxado de cima do chefe, que levantou com dificuldade, vermelho que nem a locomotiva que puxava a composição e soprando sofregamente seu apito no intuito de alertar a segurança (que, pelo que me lembro, não existia)... Tio Ruy interveio, apaziguador, mamãe tentando conter papai e, creio, a coisa foi resolvida com a promessa de que uma passagem seria comprada em Itumirim, certamente sem o acordo de papai.

Dali para frente a viagem foi uma festa: O que havia sido um incidente (grave, certamente), transformou-se numa épica batalha. Nossa excitação de meninos destemidos era a tônica, cada qual garantindo participação decisiva no embate, que passou a contar com galinhas e paina de travesseiros voando, chefe do trem quase que atirado pela janela entre outras proezas de igual ou maior bravura.

Se Naira tinha cinco anos ou menos não sei...

Provavelmente não.

Em 26 de agosto de 1996 o “mineirinho” fez a última viagem partindo de Ribeirão Vermelho, até Barra Mansa.

(abaixo um link bacana)


http://www.youtube.com/watch?v=jy40gBhXZYA

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