Está nossa presidenta, numa quarta-feira cinzenta, ensimesmada, quando lhe anunciam a visita pré-agendada de uma estudante.
- Olá Sra. presidente – a cumprimenta a estudante, assim que entra.
- PRESIDENTA. Por favor. Afinal, sou a primeira mulher presidente do Brasil e quero ser conhecida como a PRESIDENTA.
- Ok. Então eu sou estudanta, uma vez que sou a primeira estudante que visita a primeira presidenta.
- Que seja... Mas o que deseja?
- Quero saber da presidenta o que nos reserva o futuro... Para o Brasil e, por conseqüência para essa estudanta que a entrevista.
- Acaso tenho cara de videnta? Por favor, vá até a sala ao lado e peça a minha ajudanta que providencie com urgência uma videnta para esclarecer para essa presidenta e para essa estudanta o que nos reserva o futuro.
Lá pelas tantas, entra a ajudanta.
- Sra. presidenta, não encontrei nenhuma videnta...
- Essa minha ajudanta é mesmo uma ignoranta – afirma a presidenta.
- Não seria uma anta? – Indaga a estudanta.
- Não... Uma ignoranta! – Ratifica a presidenta – Melhor recorrer aos universitários, ou seja, à estudanta. Por favor (pelo menos tem educação), traga-nos uma videnta.
Tempos depois retorna a estudanta:
- Sra. Presidenta, a ajudanta não é uma ignoranta (Tão pouco uma anta...): Também não encontrei uma videnta... Por outro lado, encontrei uma viajanta.
- E de que me serve uma viajanta?
- Uai! (A estudanta também é mineira, igual à presidenta) Uma viajanta, por óbvio, viaja muito, conversa com muita gente e, certamente, tem informações muito úteis acerca do futuro do país.
- Muito bem pensado, ainda bem que recorri aos universitários, sô!... Que nos tragam a viajanta!
Por fim chega a viajanta que, por aqueles dias, estava lá pras bandas do Nordeste.
- Então, minha cara viajanta, o que o futuro nos reserva nesse Brasil inzoneiro?
- Ôchente (convivência é foda!), sou lá eu alguma videnta? – Indaga perplexa a viajanta – Se uma estudanta não sabe, se uma presidenta não sabe, porque há de saber uma pobre viajanta?
Nesse momento a ajudanta tenta interferir.
- Ei, posso falar?... Posso falar?... Deixa eu falar...
- Fala filhote de asa-branca fidumaégua (Tô falando? Convivência com seu antecessor)!
- Eu trabalhava antes para uma eleganta senhora... Não. Não senhora. Ela não era também uma presidenta, mas outra viajanta que só viajava para o exterior. Ela ia sempre para Índia consultar com um profeta...
- Ah, querem saber? Isso já encheu o saco! (A educação foi pro espaço!). Saiam todos: estudanta, ajudanta, viajanta... Que a presidenta tem mais o que fazer do que se preocupar com o futuro do Brasil!
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