Se tivessem pedido a minha opinião, eu lhes teria dito: “Não vale a pena!”. Mas não ma pediram, portanto, não opinei e, sem minha opinião, eles se foram e eu fiquei. O que é, afinal, “valer a pena”? Para alguns é embrenhar-se mata adentro sem mapa e sem guia, se expondo a floresta em si e a si. Para outros é a mesmice do cultivo da horta nos fundo de seu quintal, que não produz frutos – e nem emoções – suficientes sequer para o seu sustento e o de sua prole. Valeria a pena, para uma mula-sem-cabeça ter de volta sua cabeça? De certo que não... Com uma cabeça seria apenas uma mula-de-carga e não uma mula-sem-cabeça... Mas de que vale ser uma mula-sem-cabeça? E o saci-pererê sem uma de suas pernas? E o Curupira com seus pés virados para traz? Todos aleijados... Valer-lhes-ia a pena ter seus aleijões corrigidos? Quem seriam eles sem tais deformidades? Folclore é que não seriam... Vale a pena? E o que dizer do sapo que se regala com sua poça por desconhecer o mar?
Se eles voltassem, talvez eu lhes perguntasse: "Valeu a pena?". Talvez, apenas talvez... Mas eles não voltaram, ou porque não quiseram ou porque não puderam, e eu fiquei sem saber se faria a pergunta caso voltassem e se, caso a fizesse, eles não me faltariam com a verdade. Quem diz, sinceramente, não ter valido a pena o esforço, após a uma empreitada dispendiosa e mal sucedida? Mas eles se foram e eu fiquei, valendo ou não pena, em cada uma das circunstâncias, seguramente pior é a perplexidade entre o ir e o ficar. Aquele limiar em que nada é produzido e nada vale. Valendo ou não a pena, fique ou vá... Foi o que eles fizeram, foi o que eu fiz.
Enfim, todos vocês sabem: “... cada um o que quer aprova, o senhor sabe: pãos ou pães, é questão de opiniães...”.
/
quinta-feira, 28 de abril de 2011
quarta-feira, 27 de abril de 2011
Diário de uma doméstica "mineira"
DIÁRIO DE UMA DOMÉSTICA...
Aproveitando a ausência dos patrões, Dircinéia pega o telefone e fofoca com a amiga Craudete:
-Oi Crau, hoje de manhã eu fui à feira. Antes de sair, meu patrão me pediu para eu trazer figo.
Aí eu perguntei:- Figo fruta ou bife de figo?
- O home ficou uma fera.
Gente fina, seu Adamastor, num ligo não. Ele tem sistema nervoso.
Também, com um emprego chato daqueles, vou te contar.
Ele é Fiscal da Receita. Deve ser um saco ficar conferindo receita de médico o dia inteiro.
Depois chegou o Adamastorzinho, o filho mais novo deles.
Acabou de ganhar um carro todo equipado. Tem roda de maionese, farol de pilha, teto ensolarado e trio elétrico.
Não sei por que trio elétrico num carro deve ser porque ele gosta de música baiana.
- Cê num sabe da úrtima? Eu discubri que aqui nessa mansão que eu trabaio é tudo fachada!- Como assim, Dircinéia ?- pergunta a colega, confusa.
- Nada aqui é dos patrão ! Tudo é imprestado! TUDO!
Cê cridita numa coisa dessas ? Óia só: a rôpa que o patrão usa é dum tal de Armani... a gravata é dum tal de Perre Cardine... os moveis são do tal Luis quinzi, o carro é de uma tal de mercedes... nadica de nada é deles.
- Nooooossa, que pobreza!- E além de pobre, eles são muito inzibido, magina que ôtro dia eu escutei o 'patrão no telefone falano que tinha um Picasso.
- E num tem?-
- Que nada, fia... é piquinininho de dá dó !'
Para rir um pouquinho.
Rose
Aproveitando a ausência dos patrões, Dircinéia pega o telefone e fofoca com a amiga Craudete:
-Oi Crau, hoje de manhã eu fui à feira. Antes de sair, meu patrão me pediu para eu trazer figo.
Aí eu perguntei:- Figo fruta ou bife de figo?
- O home ficou uma fera.
Gente fina, seu Adamastor, num ligo não. Ele tem sistema nervoso.
Também, com um emprego chato daqueles, vou te contar.
Ele é Fiscal da Receita. Deve ser um saco ficar conferindo receita de médico o dia inteiro.
Depois chegou o Adamastorzinho, o filho mais novo deles.
Acabou de ganhar um carro todo equipado. Tem roda de maionese, farol de pilha, teto ensolarado e trio elétrico.
Não sei por que trio elétrico num carro deve ser porque ele gosta de música baiana.
- Cê num sabe da úrtima? Eu discubri que aqui nessa mansão que eu trabaio é tudo fachada!- Como assim, Dircinéia ?- pergunta a colega, confusa.
- Nada aqui é dos patrão ! Tudo é imprestado! TUDO!
Cê cridita numa coisa dessas ? Óia só: a rôpa que o patrão usa é dum tal de Armani... a gravata é dum tal de Perre Cardine... os moveis são do tal Luis quinzi, o carro é de uma tal de mercedes... nadica de nada é deles.
- Nooooossa, que pobreza!- E além de pobre, eles são muito inzibido, magina que ôtro dia eu escutei o 'patrão no telefone falano que tinha um Picasso.
- E num tem?-
- Que nada, fia... é piquinininho de dá dó !'
Para rir um pouquinho.
Rose
terça-feira, 19 de abril de 2011
O Passarinho
(Versinhos antigos... Bem antigos!)
(Foto capturada na internet )
O passarinho constroi seu niho.
Piu, piu... Piu, piu... Piu, piu...
Psiu!
Não incomodem o passarinho,
tão bonitinho!
Quem o ensinou?
Foi Deus... Foi Deus... Foi Deus...
Responde minha consciência.
Quem mais poderia ser?
Arquiteto nenhum teria tal ciência.
Piu, piu... Piu, piu... Piu, piu...
Psiu!
Não o afugente.
Deixai-o a urdir para sua passarinha,
tão bonitinha!
Que eles não são como gente
- Oh gente má -
que quando urde ou trama,
nada de bom pode se esperar.
Quem os ensinou?
Não foi Deus... Não foi Deus... Não foi Deus...
Responde minha consciência.
Quem, então poderia ser?
Para tal ao homem excede ciência!
Buumm... Buumm... Buumm...
Bem depressa afugente
essa gente.
Não os deixe arquitetar.
- Oh gente má!
/
(Foto capturada na internet )
O passarinho constroi seu niho.
Piu, piu... Piu, piu... Piu, piu...
Psiu!
Não incomodem o passarinho,
tão bonitinho!
Quem o ensinou?
Foi Deus... Foi Deus... Foi Deus...
Responde minha consciência.
Quem mais poderia ser?
Arquiteto nenhum teria tal ciência.
Piu, piu... Piu, piu... Piu, piu...
Psiu!
Não o afugente.
Deixai-o a urdir para sua passarinha,
tão bonitinha!
Que eles não são como gente
- Oh gente má -
que quando urde ou trama,
nada de bom pode se esperar.
Quem os ensinou?
Não foi Deus... Não foi Deus... Não foi Deus...
Responde minha consciência.
Quem, então poderia ser?
Para tal ao homem excede ciência!
Buumm... Buumm... Buumm...
Bem depressa afugente
essa gente.
Não os deixe arquitetar.
- Oh gente má!
/
quarta-feira, 13 de abril de 2011
LUCIFER
Naquela tarde eu tinha um encontro marcado:
Lúcifer, impávido, me esperava na esquina,
trazia nas mãos, escondidos, três dados,
lançados ao léu desvendariam minha sina.
Ave Coisa Ruim! Rei delegado do inferno,
dois dedos de cachaça, redemoinho, erva macerada,
rabo de saia, cascos fendidos, beijo fraterno,
Judas, guatambu na mão e na enxada.
Naquela tarde faltou-me bravura...
Havia um pacto a ser firmado com Belzebu,
luz das trevas, flautas doces de pedras duras,
emaranhado de cipós, laço constringente de sucuriju.
Ave Coisa Ruim! Anjo perverso das profundezas,
avesso de todos os avessos, visgo, espelho partido.
Diga-me: De que valerá a virtude e a beleza
se todos os vícios e toda fealdade houver morrido?
segunda-feira, 11 de abril de 2011
O que quer dizer " no frigir dos ovos"
Alguém sabe me explicar, num português claro e direto, sem figuras de linguagem, o que quer dizer a expressão "no frigir dos ovos"? Resposta: Quando comecei, pensava que escrever sobre comida seria sopa no mel, mamão com açúcar. Só que depois de um certo tempo dá crepe, você percebe que comeu gato por lebre e acaba ficando com uma batata quente nas mãos. Como rapadura é doce mas não é mole, nem sempre você tem idéias e pra descascar esse abacaxi só metendo a mão na massa. E não adianta chorar as pitangas ou, simplesmente, mandar tudo às favas. Já que é pelo estômago que se conquista o leitor, o negócio é ir comendo o mingau pelas beiradas, cozinhando em banho-maria, porque é de grão em grão que a galinha enche o papo. Contudo é preciso tomar cuidado para não azedar, passar do ponto, encher linguiça demais. Além disso, deve-se ter consciência de que é necessário comer o pão que o diabo amassou para vender o seu peixe. Afinal não se faz uma boa omelete sem antes quebrar os ovos. Há quem pense que escrever é como tirar doce da boca de criança e vai com muita sede ao pote. Mas como o apressado come cru, essa gente acaba falando muita abobrinha, são escritores de meia tigela, trocam alhos por bugalhos e confundem Carolina de Sá Leitão com caçarolinha de assar leitão. Há também aqueles que são arroz de festa, com a faca e o queijo nas mãos, eles se perdem em devaneios (piram na batatinha, viajam na maionese... etc.). Achando que beleza não põe mesa, pisam no tomate, enfiam o pé na jaca, e no fim quem paga o pato é o leitor que sai com cara de quem comeu e não gostou. O importante é não cuspir no prato em que se come, pois quem lê não é tudo farinha do mesmo saco. Diversificar é a melhor receita para engrossar o caldo e oferecer um texto de se comer com os olhos, literalmente. Por outro lado se você tiver os olhos maiores que a barriga o negócio desanda e vira um verdadeiro angu de caroço. Aí, não adianta chorar sobre o leite derramado porque ninguém vai colocar uma azeitona na sua empadinha, não. O pepino é só seu, e o máximo que você vai ganhar é uma banana, afinal pimenta nos olhos dos outros é refresco... A carne é fraca, eu sei. Às vezes dá vontade de largar tudo e ir plantar batatas. Mas quem não arrisca não petisca, e depois quando se junta a fome com a vontade de comer as coisas mudam da água pro vinho. Se embananar, de vez em quando, é normal, o importante é não desistir mesmo quando o caldo entornar. Puxe a brasa pra sua sardinha, que no frigir dos ovos a conversa chega na cozinha e fica de se comer rezando. Daí, com água na boca, é só saborear, porque o que não mata engorda. Entendeu o que significa "no frigir dos ovos"? (Autor desconhecido)
sexta-feira, 8 de abril de 2011
Aniversário de UM ano
Queridos Ferreiras,
no próximo domingo, dia 10, completo 1 ano de vida, mas meus pais, por causa do show de um tal de U2, resolveram antecipar a comemoração do meu primeiro ano de vida para o dia 02/04. Se fosse por conta da Galinha Pintadinha eu até entenderia, mas U2!! Nunca ouvi falar...
Mas no fim das contas achei ótimo pois dia 02 é o niver da minha mamãe, então foi uma festança só.
Minha festa de 1 ano foi ótima. Teve bolo, docinhos, balas, salgadinhos e etc. Pena que não pude comer nada, pois mamãe e papai não deixaram. Vieram apenas pessoas da família e espero no próximo aniversário ter a presença de mais familiares na festa.
Estou com saudades de todos e espero encontrar com vocês novamente em breve.
Beijos,
Isadora
P.S.
As fotos são:
1) foto do parabéns
2) foto da mesa que papai, mamãe, Tia Má e tia Aline prepararam para mim
3) Eu com minha prima Cecília e meu primo Pedro Henrique
4) Curtindo o presente da tia Aline
Cesar Ferreira
Só hoje me dei conta de que Cezar Ferreira constava da lista de seguidores. Que bom, cada vez mais a turma vai se achegando.
Seja bem vindo Cesinha... Contamos com sua participação: Postando, palpitando...
Seja bem vindo Cesinha... Contamos com sua participação: Postando, palpitando...
quinta-feira, 7 de abril de 2011
Batizado da Camila
Saibam todos os Ferreira que este post lerem que em 3 de abril de 2011, minha linda netinha, Camila Souza Maia, adentrou o Mundo Cristão, através do batismo na Igreja Católica Apostólica Romana, em Macaé-RJ.
Brevemente fotos serão publicadas...
Brevemente fotos serão publicadas...
CATACUMBA
Mortos muito remotos perdem seus nomes. Ossadas ancestrais e insensíveis. Desmembradas. Empilhadas. Aqui, um crânio descarnado de um Gonzalo. Ali, um fêmur fissurado de uma Tereza. Ou seria o contrário? Claro que os nomes são inventados. Os sexos inferidos. Para que nos aproximemos de suas realidades distantes. Um legista - não! um arqueólogo - poderia conhecer seus sexos, mas seus nomes... Poderia conhecer suas causas-mortis, mas a causa de suas vidas... Não se engane - não nos enganemos! O crânio descarnado é seu. O fêmur fissurado é meu. Ou seria o contrário? *não era bem esse o formato, mas a falta da prática cobra seu preço. sinal de que preciso voltar a postar mais.
Assinar:
Postagens (Atom)