Inocência Vetusta
A busca da palavra
é esvaecer-se no branco,
morrer junto ao primeiro encanto
e nascer suave na calada.
Entre as linhas finas que lhe dão a medida
no cerco de margens estreitas,
acuadas por paredes perfeitas,
surgem as formas semânticas,
vagas e românticas,
à procura de uma saída.
Mas a quem cabe salvá-las,
se sequer precisam de auxílio?
São o que são,
e em cada interpretação,
encontram seu exílio.
Vale sim é devassá-las,
submetê-las ao cruel escrutínio,
pois o que passa é vão,
se na surda escuridão,
não se rompe o seu domínio.
Como as palavras são os gestos,
inconscientes da força que os faz.
E como os gestos é a culpa,
que sem rastros deixar
naufraga na inocência vetusta
das conjunções siderais.
E tal é a prevalência
da natureza que antecede a existência,
que o tempo de tão vasto, é pura clemência
com a vida do insensato,
a subtrair-se pelo mais,
a de imediato consumir-se,
na ânsia do que não satisfaz.
Lucas
Grande Lucas!
***
Valeu mesmo rever este belo poema.
ResponderExcluirTarlei