Ao meio dia,
sol a pino,
a morte me cortejou...
Hesitei.
Havia ainda muros e heras,
- letras e mapas a decifrar -
amores, versos, quimeras,
desejos e desvarios,
prazeres e não-fazer
vários,
por acontecer.
Ao meio dia,
sol a pino,
ela, faceira e fácil,
piscou para mim...
Hesitei.
Havia ainda estórias a contar,
versos a escrever,
beijos a dar,
e, pelo menos, um amanhecer
e um anoitecer
para sofrer.
Ao meio dia,
ela disse: "viver é perigoso demais!"
Hesitei.
Há tanto a ser feito!
riscos a correr,
desvendar segredos,
perder medos,
curar defeitos,
purgar o peito,
chorar direito
e pedir perdão...
Tanto por fazer!
Ao meio dia,
a manhã,
a saudade,
ficou tarde...
Aceitei.
***
Qualquer coisa vale
ResponderExcluirVale-serra-vertentes
você já sente
solte o canário
deixe cantar
deixe viver
Sonho qualquer vale
Vale -rios- nascentes
você já beira
beira corgo
beira água
molhe os pés.
Tarlei