sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Mensalistas


Comunista,
já fui comunista,
já estive na lista,
como outros companheiros mais,
tinha lá meus ideais.

Nunca pensei,
ou antes não pensava meu coração,
que idealistas da revolução
sucumbiriam ao "mensalão".

Que decepção!

***


quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Atormentando.


Me atormenta,
não estar atormentado.

É vida que segue,
está tudo errado,
não há quem negue,
e é vida que segue,
e ninguém ai,
e eu nem ai!

Me atormenta,
não estar atormentado.

Rolam crianças esgoto abaixo,
é um esculacho,
acendem velas por mortos, acendem,
pelos deuses que ascendem,
acendem,
e ninguém nem aí,
e eu nem aí.

Me atormenta,
Não estar atormentado.

A doideira dos viciados no crack
eu driblo vendo meu craque
fazendo gol, ele arrasa,
e a Gol que sempre atrasa,
não atrasou
e eu perdi meu vôo,
enquanto ele voou,
pra sempre voou.

Me atormenta,
não estar atormentado.

"Tá lá o corpo estendido no chão..."!
e gente tomando pinga com limão,
quem cuida dessa jossa foi designado
pelo amigo canalha
do canalha deputado,
eleito por uma marmita,
um tijolo, uma telha, uma dentadura,
vida dura,
e uma colorida fita
do sr. do bom fim,
triste fim.

E ningúem nem ai
e eu nem ai.

Criar cobra para o picar?
Educar? Ah, educar...
nunca não,
pro povo, circo e pão,
demagogia em abundância,
luz do sol,
um presente, um estádio de futebol,
com dinheiro de quem o elegeu,
basta, meu deus,
uma mentira aqui, outra alí,
empatia, graça, circo e pão...
E ninguém nem aí
e eu nem ai.

Me atormenta,
ah, como atormenta!
Eu não estar

atormentando!



quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Quigentésimo


500º


Não sei se vocês repararam, mas o post - DELÍRIOS - foi o quizentésimo POST PUBLICADO no nosso  Blog "OS FERREIRA"!!!

Merece comemoração?

***

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Delírios




Se deliro,
sou um livro
que não diz a que veio,
vísceras expostas
ao desinteresse alheio.

Entrementes,
o delirar é escasso
e assim, no habitual,
eu bem passo
como um ser normal.


***

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Viola

Viola
minha viola
é pra ti
esta canção

minha solidão
meu abandono
com carinho
entrego em suas mãos

Viola
minha viola
eu canto
com emoção

é com o coração
que canto
e a ti dedico
esta canção

Toda tarde
faz saudade
meu dedilhado
no cordão

Tua madeira de lei
revive
nos meus braços
soluçando de paixão

sábado, 24 de novembro de 2012

Inevitável

Na fogueira,
a pele arde.

Definitivamente arde!

Certas coisas são,
meu amor,
absolutamente inevitáveis:

Olhar para ti,
e desejar-te ...



Andando por aí




Andando por aí,
cacos e telhas,
corregos e bicas,
trilhos e atalhos,
espigões e estradas,
assim se constroi um olhar.

Não queira da vida
o que você
não ensinou a vida viver.

Rios apenas correm para o mar.

terça-feira, 20 de novembro de 2012

SERENADE



Se nunca ouviram, ouçam!
Imperativo: Ouçam.
Serenata de Schubert.

Poucas coisas, raras coisa, são tão lindas!

(Só Rose, meus filhos e minhas netas!)

O CD de David Garrett é uma boa oportunidade, é bom, é ótimo, faz bem para a alma e separa "o bom, do demais", a música, do lixo que temos ouvido.


Ouçam.


Basta ouvir para ter a certeza de que o ser humano é belo e por si só se justifica.

http://www.youtube.com/watch?v=Zq-DnZpSajU

 

***

Evangélico



Muito obrigado,
meu deus, meu senhor,
por essa solidão.

Muito obrigado,
meu deus, meu senhor,
só agora, só, muito só,
sei o valor de um beijo.

Na minha testa
muito obrigado, senhor
na minha face
muito obrigado, senhor
nos meus lábios.

Muito obrigado, senhor...


***

sábado, 17 de novembro de 2012

Quadras da vida


Enquanto, nos verdejantes pastos,
saltitam brancos e líricos coelhos,
eu, debil e fraco, dobro meus joelhos,
não cabem neste mundo, os castos.

Saibam, viver é um desastre.
de um lado, poesia e arte,
- santa inocência! -
do outro, força e sobrevivência.

***

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Velho



Velho é lírico...
Lirico
Como criança... Inocemte.

Indecifrável como um adolescente,
inseguro como quando da primeira vez,
ah, que idiotice a figuração de altivez!

Velho é lírico.

Velho não tem medo de morrer,
velho tem medo de não viver.

***




Eu vim aqui para morrer.




Sim, eu vim aqui para morrer.
morrer, não porque morre
tudo o que é vivo,
ao seu tempo...

Morrer, não porque morre,
o que de morrer
é chegada a hora.

Eu apenas vim aqui
para morrer
não por que viver não quero mais,
mas me ofereço neste altar
em sacrifício,
por que desisti de meus ideais.


Desisti...
Era vício de criança...

Ofereço os anseios que tive
de concertar o mundo,
de promover a ética,
a fraternidade,
a amizade,
a flor
e o amor.

Ofereço.

Não a minha desilusão,
sequer minha amizade,
sequer minha resignação...

Mas o meu fracasso
e meu abraço.

Na verdade, não vim aqui
para morrer,
mas para ser sepultado.



Versinhos tolos (e tristes)



Versinhos tolos
como tola é minha alma.

Cheiro de café forte coado
cheiro do vapor de hortelã
escapando do bico da chaleira
o fumo nas ventas da vacada
beirando o curral
os bezerros amainados
na grama orvalhada
os passos largos das botas de borracha
no corredor longo de tábuas corridas
a pressa matutina
na determinação de tudo fazer.

Versinhos tolos
como tola é minha alma.

Chinelos de pano
o abrir das janelas
para o perfume das laranjeiras
o destravar as tramelas
uma ordem ou outra
o sorriso do despertar a casa
a felicidade cantoralada numa cantiga
de mulher bem amada
e segura de seu melhor viver.

Versinhos tolos (e tristes)
como tola é minha alma
e a saudade que, tola, abriga.

***

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Buteco

Inquant'eu bebia d'uma cachaça,
oia procê vê, qui engraçado num foi,
muié casada n'imin achou graça
e garrou maginá fazer dum homi, um boi.

Nem bunita era a guria danada,
mais desavergonhada n'imim se esfregou,
cumu minhoca brava disenterrada,
fizesse eu nada, diziam os outros: Frouxou!

E eu qui de frouxo não aceito a pecha,
sem respeito, acheguei di'cum força a ripa,
e nu qui achei na madeira uma brecha,
arrastei a prenda pra di traiz duma pipa.

Homis alguns há qui inté qui aceita uma gaia,
si a vida si ajusta nas iscundidas
i'si suas isporas, as tiricas num atrapaia,
mais si catuca a honra cumprica, ah cumprica...

Prenda desavergonhada qui era por demais,
ajustou di contar vantagi pra tudos ouvir
e sobrou pra mim aqui, qui nem num lembrava mais
das quantidades das pingas batizadas qui bebi.

Caboquinho, marido dela, mirradim, miudim,
mais cum sangue nus oios e faca na mão,
desatou: "Rasgo seu bucho, corto seus baguins,
como seu figo, seu rin e seu coração!".

No'sinhora dus homis machus e forgados,
viu qui n'mim o sangue num si encoieu,
nu que botou fogo nus meus óios azulados,
veneno botou nessas palavras dus beiçus meus:

"Prestenção homi! Digo agora, ôio nu ôio,
pra nun'dizer nu mei di tudo mundo dispois,
milhor, muinto milhor, cumer um filé a dois,
du qui ruer sozin, sozin, ocê sozin, dois osso!".

Aí tudo si arresorveu...


***

sábado, 10 de novembro de 2012

Eneas Maçarico




Eneas Maçarico foi, como quase todos que se meteram no Mato Grosso adentro, naquelas datas, uma besta. De letras conhecia quase nada, menos ainda de tabuada, mas era ladino como uma cabrita no cio e forte, forte demais na trapaça. Na espreita, sempre na espreita, se fez.

Bem apessoado, comeu a filha do vendeiro e do encarregado, a mulher do gato e a empregada do deputado, até o dia que resolveu buscar a família e assentar praça. Trouxe mulher, filho e filha, uns caiporas magrelos e loirinhos vindos lá do Paraná.

Armaram um rancho na beira do Rio, em terras  boas onde o suor que caía regava e, no que regava, tudo brotava. E plantaram soja, milho e girassol. Foi feito o que havia a ser feito. Eneas era trabalhador.     Bronco, mas trabalhador. Mas Eneas, preste atenção, Eneas, não se contentava com pouco. Uma mulher só, uma filha só, um filho só e um boizinho só... Não o Eneas.

Sovaco fedendo, Eneas apeou do cavalo e expulsou ribeirinhos e ribeirões até que um dia uma bala lhe disse não.

Deu azar.

Hoje Maçaraquinho está montado e renega o pai.

Cipó

Quem precisa de cipó,
é macaco,
quem cai no chão
tropeçou no saco,
quem errou,
se fez em cacos...

A vida constroi,
a vida destroi,
porque não existe voce,
porra, nem eu,
e quer saber,
nem deus.

Faria melhor...

***

Eu poderia ter feito melhor, se eu fosse melhor.

Não sou.

Sou normal...


***

Amor meu...


Amor,
amor meu,
pense em mim,
sempre em mim.

Amor,
amor meu,
sou só seu,
sempre seu.

Amor,
amor meu,
estou e estarei
sempre ao lado seu.

Amor,
amor meu,
saudades de você.

Amor,
amor meu,
preciso de você.

Amor,
amor meu,
eu amo você.

Nada mais sei dizer...

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Isadora - Novas Fotos

Ferreirada,
   seguem 03 novas fotos da Isa.
   Na primeira o papai coruja está ensinando uma das coisas boas da vida, "Rapar tacho". Nesse caso a rapa era de Cural de Milho. Um dos 2 doces preferidos da Isa. O outro doce é rapadura rsrsrs

  Na segunda foto ela se prepara para sair para "Escolinha"

   Na terceira a Isa tentou despitar os Paparazzi se vestindo de bruxa, mas umA paparazzi esperta pegou a estrela entrando no carro do papai rumo a festa das bruxas.

Beijos,


Dado