Fatal
Fazenda da Guanabara, 27 de agosto de 2009.
Fatal:
Idade pouca,
Vida louca.
Idade avançada,
Vida pacificada.
...
Por bem ou por mal.
Declaração
Fazenda da Guanabara, 19 de janeiro de 2006.
Fique comigo,
Umidecerei seus lábios
Com vinho e orvalho
E me deliciarei.
Fique comigo,
Serei seu pai, seu amante, seu amigo...
A tornarei líquida
E a sorverei.
Fique comigo,
Sem reservas ou ressalvas,
Desminliguida,
Como uma largata ao sol,
Se desmanchando...
Ah, amor... Fique comigo
E a comerei
Com paixão e amor...
E a comerei
Como Deus come uma fruta;
Como o Diabo come uma puta.
SUICIDA
Fazenda Guanabara, Ago/2006
Eu hoje acordei tresloucado,
subi em direção ao cume do telhado
e lá, nu, os braços em cruz,
expus
e me livrei de todos meus fardos.
“Despirocou, Despirocou, Despirocou...”
Gritam lá de baixo as pessoas estabelecidas,
talvez acreditando ser eu um suicida,
mas não, não sou, não sei...
Talvez o seja.
Não por atentar contra a própria vida,
mas contra o viver que até então me dei.
No quarto úmido e ermo,
ficou meu corpo, desgastado e enfermo,
todos os meus erros,
os ternos, as camisas, as gravatas,
as meias de seda, os sapatos de verniz,
as chaves do carro, as bravatas,
as conquistas baratas,
os poemas que não fiz,
o livro que não escrevi,
a armadura,
- arma dura ? –
a espada...
Saí.
“Despirocou, Despirocou, Despirocou...”
Ainda ouço as vozes dos estabelecidos,
- distantes, cada vez mais distantes. -
E me jogo no vazio, para ser esquecido
e esquecer.
Rumo ao sol radiante,
onde meu corpo será incenerado
para que eu (meu eu) possa finalmente viver.
Colelo,estou dando um tapa na solidão,tomando uma boa pinga,que um grande amigo me trouxe e viajando nos sentimentos do mesmo amigo.
ResponderExcluirO tempo
ResponderExcluiramontando
na cacunda
mais nas entranhas
a vida abunda
Saculejo dos anos
água fria
na fervura
a vida apacentando
os sonhos
Tarlei