sábado, 9 de junho de 2012

Natureza









 Essa poesia eu descobri, já há bastante tempo, num rascunho do Tarlei. Gostei tanto que, inspirado nela, inseri versos meus. Depois achei que seria muita intromissão e a deixei como racunho e lá ficaram escondidos os versos do maninho e os meus, até que Tarlei me ligou dizendo que tinha gostado demais (palavras dele) da minha intromissão... Então, aí estão os versos.



(foto obtida do Rio Paraguai - Região de Cáceres / MT)



Eu e ela
sempre tivemos
uma relação diferente
uma aquarela harmoniosa
que sempre está presente

Eu e Ela... Ela e eu...
Inter_ação.
Tato, contato, seu e meu,
estômago, coração...
Ela e eu... Eu e ela...
Aquarela,
Ela,
Eu,
Meu Deus!

Mesmo quando distante
na cidade grande
eu descobria
num instante
teus olhos
numa estrela fortuita


Nos encontramos sempre.
Eu a descubro e ela descobre eu,
sempre:
Num grilo que canta no asfalto,
sob o salto
de dezenas,
numa açucena
que brota numa frincha,
num canário que trinca
numa palmeira do presídio
num regato cristalino
que escoa desde a serra,
no pé rachado do menino...
Só não na guerra!


Quando envolvido
pela solidão
dava um jeito
de me aconchegar
nas sombras
de teus braços engalhados
nas tuas veias
de vertentes,córregos e riachos
matava minha sede

Aplaca minha sede
com o sangue de suas veias
- córregos, ribeirões, riachos,
despencando das vertentes.
Rede
de galhos, folhas e teias,
aconchegando eu e o "diacho",
instigando eu e salvando meus dentes.

No teu colchão
de capim do campo
perfumado com flores
eu acalentava
meus sonhos
meus medos
meus sentimentos escondidos

Pudesse, faria sexo...
Seria incesto...
O campo - colchão ondulando ao vento.
As flores: Perfume e acalento.
Meus medos sepultados
abaixo das raizes,
meus delizes
enovelados no alecrim.
Eu e Ela... Ela e eu... 
Assim... Sempre assim.

 ***

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