16 de março 1967 (quinta feira)
Hoje foi um dia que começou até engraçado; logo de manhã, muito cedo, chegou o Joaquim Galdino, Jovino, Antônio Guido e Divina-"bolôlo".Antônio não queria casar mais por causa de um "disse que me disse" e vieram para eu resolver o caso; banquei o importante, empertiguei e tomei ares de Juiz e estiquei uma ladainha pra riba deles, no fim tudo deu certo.
Rodrigo chegou queria dinheiro, mas desta vez eu tinha mesmo.Paguei e não bufei.Assim passou a manhã meio no embrulho.Drepois do almoço subi a serra fui ver o gado; faltou o almirante, campeei, campeei e não achei; pensei hoje já me castiplaram o dito;voltei já tarde e cansado.Passarinho e José Tunico estão apanhando goiabas, acharam demais-vai dar doce!Geracina amanhã está apertada;Não jantei, comi leite com angú.Lauro chegou-vamos arrumar goiabas companheiro!Assim fizemos arrumamos goiabas até agora:10,25.Escrevi essas bobagens que aí estão.Vou tomar um banho para dormir.
Ó Deus, eu vos peço, abençõe a minha família,dando-lhes a paz.
Boa noite
Eita, finalmente um post de uma colaboradora! E que post! Simplesmente emocionante! E haja exclamações!!!!
ResponderExcluirLer algo de um "diário" de papai, as referências à pessoas, lugares e eventos tão íntimos nossos, ter ratificada a luta cotidiana de nosso pai, o cuidado para com a família... Que coisa! Não há muito o que dizer.
Muito legal Cocada(hehehe... será que me acerto com esse apelido?)!
Espero que continue participando e que esse sirva de estímulo para os demais.
Excelente post. Muito legal saber dessas histórias do Papai. Como disse o Marco ratificam a luta e o carinho que ele sempre teve para com a família.
ResponderExcluirNa data desse diário, eu ainda nem era projeto.
Beijos
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ResponderExcluirAdorei estes causos;achei-os muito proprios da nossa vivência passada.Meus primeiros comentários ficaram muito melhores,mas não consegui envia-los.Não sou muito familiarizado com tecnologias. Beijos
ResponderExcluirTarlei
Saímos cedo
ResponderExcluirNão cedinho
Após tirada do leite
Trato de porcos e galinhas.
Eu na garupa
Tentando não tagarelar
O pai estava sisudo
Melhor não amolar
No capim da beira do caminho
Ainda tinha orvalho
O que dava um tom prateado na relva
Com o lumiar do sol vespertino
Avistei alguns passarinhos
Como o trinca ferro
E a arredia alma de gato
Que disfarçava na ramagem do esporão de galo
Nada comentei
Pois o velho continuava calado
Ouvi latidos
Logo apareceram cachorros magros
Um amarelo e outro cinza
Sai cachorro, vai deitar Leão
Fizeram com que deitassem desconfiados em algum canto
As cabaças com água embaixo das moitas de capim gordura
Os caldeirões de comida embrulhados em panos brancos muito limpos dependurados em galhos fora do alcance dos cachorros
O cheiro marcante e gostoso do mato morrendo, o sissibilar das foices relampeando ao sol.
Chapéu na mão em sinal de respeito
_ Bom dia.
_ Como vai o serviço?
_ Tem muito espinho, garrancho. O serviço não está rendendo.
_ Aperta o passo. Se não vocês não tiram a tarefa combinada.
_ Sim senhor.
Faz-se então a vistoria na área roçada. Cuidado com as pontas de pau, estrepe perigoso.
_ Este pessoal é mole, está pegando o serviço tarde.
Toca o cavalo para o lado da sede. Cara de poucos amigos.
ROÇADA - Tarlei
Lembrança de infância.
No lugar de vespertino,leia-se matutino
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