sábado, 7 de agosto de 2010

A poesia de Paulo Leminski

Escrevo. E pronto.
Escrevo porque preciso,
preciso porque estou tonto.
Ninguém tem nada com isso.
Escrevo porque amanhece,
E as estrelas lá no céu
Lembram letras no papel,
Quando o poema me anoitece.
A aranha tece teias.
O peixe beija e morde o que vê.
Eu escrevo apenas.
Tem que ter por quê?


Amor, então,
também, acaba?
Não, que eu saiba.
O que eu sei
é que se transforma
em matéria-prima
que a vida se encarrega
de transformar em raiva.
Ou em rima.


não discuto
com o destino
o que pintar
eu assino


nunca cometo o mesmo erro
duas vezes
já cometo duas três
quatro cinco seis
até esse erro aprender
que só o erro tem vez


Tarde de vento.
Até as árvores
querem vir para dentro.

3 comentários:

  1. Imitei Paulo Leminski,tambe´m preciso escrever porque tomei umas.
    Beijos

    P.S. estou tonto mais não estou bebado.

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  2. Leminski:
    "Ai daqueles
    que se amaram sem nenhuma briga
    aqueles que deixaram
    que a mágoa nova
    virasse a chaga antiga

    ai daqueles que se amaram
    sem saber que amar é pão feito em casa
    e que a pedra só não voa
    porque não quer
    não porque não tem asa"

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  3. Poeta de primeira... Tem horas que dá uma baita inveja!!!!

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