sexta-feira, 17 de junho de 2011

Monastério


Eventualmente venta...
Desfaz-se o invólucro
e a transparência se apresenta,
muda e sedenta,
a meia luz do por de sol.

Ninguém se importa,
são apenas mágoas
sem qualquer relevância
que atravessaram a porta.
Riacho cruzando o quintal.
Roupas quarando no varal,
imaculadas e puras,
como o dia que amanhece
sem pecados ou culpas.

Consternação de monge,
só, sem seus infiéis,
desvalido no entardecer,
desiludido com Deus e a ciência.

Um último trago,
enevoando mais o olhar vago,
garantindo à tristeza,
a sua sobrevivência.


***

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