Essas perdas, quem disse que necessárias?
Estancaram meu soluço
Secaram minhas lágrimas
Dilataram minhas narinas
Umedeceram minhas mãos
Paralisaram meus passos
Cortaram minha garganta
Calaram minha voz
Desenraizaram –me
No início, apenas um susto
Uma vaga consciência de perda.
Não reconhecimento do solo.
Amarga ausência.
Depois,
Espanto só.
O dia alimentou-se de seus segundos,
Faminto devorou seus minutos,
Guloso, sua hora... e agora?
O dia espetacular obeso...
Que me importa!
Espanto,espanto só
Não mais minha casa,
Não mais minha família
Não mais eu
Meu Deus, e agora?
Agora,abismo
Silêncio
Exílio
Duro, não é Maninha?
ResponderExcluirA gente bem sabe que é assim, mas a cada partida levam um pedacinho de nossas vidas...
Você disse tudo com estes versos... "o dia alimentou-se de seus segundos..." muito bonito. Antropofágico?
O que é antropofágico?Vou precisar acionar o google bem.Seria tipo assim ,os olhos da saudade?
ResponderExcluirTarlei
Linda poesia cocada.
Consultei o google e notei que sou um semianalfabeto.Só vale como antropofagia se a saudade comesse olhos humanos,e não se ela tivesse olhos.
ResponderExcluirTarlei
Titarlei, continuei sem entender o antopofagico. Mas que eu curti, mais uma vez, a poesia, curti!!!
ResponderExcluirNa verdade o ignorante sou eu... O termo adequado seria AUTOFÁGICO (de AUTOFAGIA: Manutenção da vida a custa da própria substância do indivíduo).
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