domingo, 10 de janeiro de 2010

Da verdade, sua metade

(que me lembraram dessa que aí vai; aparentadas que são)

Da verdade,
sua metade,
retalho da realidade.

Distorcendo sutilmente,
o fato recorrente,
à ânsia que se sente.

Presença assumida,
tendência induzida,
que em parte foi esquecida.

Entretanto, guardado no fundo,
o lado moribundo,
anseia pelo mundo.

Perturba a alma,
afasta a calma,
aflige.

Absorta mentira,
tornada verdade,
reflete a realidade.

Mas somente a desejada.

Repleta na confusão do imaginar,
quem sofreu custa a aceitar,
transformando o sofrer em um novo realizar.

Necessária mentira,
que levita a carga da culpa,
que retira o fardo da luta,
dorme.

Repousa ao fim do tempo comigo,
mas estarás segura?

2 comentários:

  1. E não é que são mesmo meio "aparentadas"! Legal isso, não? Escritas em épocas diferentes, por pessoas diferentes e têm bastante em comum entre si.

    Bela poesia, Thiago... A genética é mesmo forte!

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  2. Será que todos nós temos um segundo eu oculto.Olha que este segundo eu muitas vezes é muito mais belo que imaginamos.Acho que devemos alinhar os dois,digo consciente e subconsciente.será que estou escorregando na maionese?
    Tarlei

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