Que silêncio é este
que amplifica o gorjeio dos passarinhos?
Que ausência é esta
que se apresenta em todos os cantos?
No velho portão que abre e fecha
ao sabor do vento,
na lenha que crepita
no fogão para sempre apagado,
no lençol de linho alvejado,
na colcha de retalhos coloridos,
nos cômodos, incômodos, imersos,
imensos, desertos?
Que silêncio e este
que amplifica o gemido da alma?
Que ausência é esta
que adentra a capela
- meu olhar acende as velas -
e por nós ora e a Deus implora,
que abre as janelas,
rega as plantas,
colhe as laranjas, as goiabas, as mangas,
limpa o suor,
e sorri para o sol?
Que silêncio é este
que amplifica e qualifica esta dor?
Que ausência é esta
que se apresenta tão carne,
no cão de caça farejando significados,
no mugido do gado,
nas marolas do lago,
nas sementes da umbela,
e no cheiro do corpo-capim?
Silêncio, ausência... Apenas em mim?
Não fui ao Sítio,após a partida dos velhos,mais
ResponderExcluira ausência presenciosa deles vai ser realidade
em todos cantos, em todos detalhes.
Bela homenagem.
Curto demais quando se faz uma junção entre natu
reza e sentimentos.
Tarlei
Creio que não, meu irmão;silêncio, ausência em nós...Eles morrem e nós, pobre de nós, perdemos a vitalidade.
ResponderExcluirGostei tanto da imagem do cão de caça...