Vamos fazer o seguinte:
Não peças mais por mim.
Já passei da idade
de disputar tudo e tanto assim.
Saúde?
De aqui para frente,
eu sei e tu sabes,
será sempre assim:
Um dia mal,
outro melhor,
outro menos pior...
Portanto, não te preocupes,
hoje estou ótimo,
e, se não estivesse,
não estaria escrevendo
o que agora escrevo,
portanto, sem desespero...
Nada a preocupar.
Tudo bem.
Se insistes em por mim pedir,
peças, então, que eu morra bem,
que seja doce meu fim,
sem que ninguém me maltrate
e sem que a ninguém eu maltrate,
nem fisíca, nem moralmente.
Se queres pedir, tudo bem,
peças então,
que me vejam com o coração,
que me vejam, quem me ama,
eu lá em minha moribunda cama
me divertindo, sabendo que vou
desta para melhor
sem deixar irreparável dor,
mesmo porque nao existe
irreparável dor.
Atentes pois, que
se é inevitável morrer
- e é bom que seja inevitável morrer,
e melhor ainda é que eu saiba disso... -
peças que eu vá feliz
acreditando que vivi
e que a fiz viver
e, principalmente, que a fiz feliz.
Ore agora,
por hora,
é tudo que basta,
se é suficiente, saberemos depois,
se é que haverá depois...
***
assim seja, amém! afinadíssimo, caro poeta e regente tio. e "paz na terra aos homens de boa vontade".
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