domingo, 27 de janeiro de 2013

Eventualmente

Eventualmente, abrem-se janelas,
eventualmente, duvido,
eventualmente ouço sussurros,
não é um anjo que sussura no meu ouvido,
tão pouco o demônio,
mas meu corpo, meu desejo,
meu amor,
meu clamor.

Clausuras
coisas escuras
prisões
não comportam a alma do homem.

Nenhuma lei supera
a sua lei.
Nenhuma lei
é mais
do que sua lei.
Nenhuma lei tem jeito,
nenhuma pode ultrapasar seu direito.

Vamos dançar?
Eventalmente abrem-se as cortinas.

Seus passos pesam tão pouco quanto o ar,
talvez por isso seja tão dificil a amar.
Leveza, nuvem, algodão...
Talvez sobreviva meu coração.

Antes disso, as cancelas...
Estão aí para serem abertas.

Nem eu, nem você, Bela,
conhecemos os mistérios das cancelas,
mas somos suficientemente fortes e capazes,
- somos do caralho! -
para destruir cancelas
e não tropeçar em cascalhos.

Eventualmente, eu diria,
prefiro ouvir o que não sei dizer,
que o diga outro,
que dirá tão bonito,
o que não precisava ser dito,
e talvez sequer pensado.

Mas tudo bem,
existe o uisque e a tristeza.
(Quem consola quem?),
para tudo basta o dinheiro?

Seria ótimo passear em Veneza!
Dizem que não é bom o cheiro,
nem os ratos.

Acho que não vale a pena
visitar Veneza...

Eventualmente...
Tudo é tão eventual.

Preciso de um uisque.
Deus do céu,
estou tão triste...

Triste demais!!!

Um comentário:

  1. Por que tanta tristeza e solidão se do outro lado há sempre alguém a te acompanhar?
    Do outro lado?...É muito longe...

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